Um para cem mil. Essa é a chance de algum doador de medula óssea ser compatível com outra pessoa que não seja seu parente. Se forem irmãos, a probabilidade de doador e receptor serem compatíveis sobe para 25%. Já pais e filhos têm compatibilidade de 5%. No Brasil, é ainda mais difícil encontrar um doador de medula óssea compatível com o receptor.
Medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que preenche o espaço oco dos ossos. Ela é responsável pela produção dos componentes sanguíneos. O transplante de medula tem a função de substituir células da medula doente ou deficitária por outras saudáveis, devolvendo saúde à medula de quem precisa receber doação. O procedimento é indicado para tratar doenças relacionadas com a produção de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico.
Quando o transplante é alogênico, ou seja, quando a medula é recebida de um doador que não o próprio paciente (transplante autogênico), as chances de compatibilidade são baixas por conta, dentre outras causas, da miscigenação do Brasil. Nesse sentido, a população nacional de negros, indígenas e asiáticos tem ainda mais dificuldade de encontrar doadores compatíveis. Outro fator que contribuiu para a dificuldade de achar doadores compatíveis foi a redução do número de filhos nas famílias brasileiras. Em 2013, cerca de 60% a 70% de pacientes precisavam recorrer a doadores de fora da família.
No Brasil, um banco de dados reúne mais de 3,5 milhões de doadores de medula óssea. O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), segundo seu site, o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, indica a compatibilidade de pacientes em diferentes partes do país. A chance de se identificar um doador compatível, no Brasil, na fase preliminar da busca é de até 88%, e ao final do processo, 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado.
Segundo o Redome, pode doar medula quem tem entre 18 e 55 anos de idade, estiver em bom estado geral de saúde, não podendo ter doença infecciosa ou incapacitante nem apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Para ser doador voluntário, basta procurar o hemocentro mais próximo.
No Ceará, estado líder nordestino em cadastro de medula óssea, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) é o órgão responsável por realizar o cadastro e coleta de medula. Desde o ano 2000, o Hemoce já cadastrou mais de 17 mil doadores em potencial.
Após constatada a compatibilidade entre doador e receptor, Hemoce e Redome entram em contato com o voluntário para realização de exames que possibilitem a doação de medula. Para isso, é importante sempre manter o cadastro de doação atualizado.
Com informações do Redome, Hemoce e Biologia Total.
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