O Médico cearense, especialista em cirurgia robótica, cirurgião ginecologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), tem artigo publicado na Fertility and Sterility, uma revista internacional para obstetras, ginecologistas, endocrinologistas reprodutivos, urologistas, cientistas básicos e outros que tratam e investigam problemas de infertilidade e distúrbios reprodutivos humanos.
O artigo foi escrito em parceria com os demais profissionais: Dra. Maria Tereza Pinto, Dr. Edmar Maciel, Dra. Ana Paula Negreiros, Dra Andreisa Paiva, Dra. Zenilda Vieira e Dr. Manoel Odorico.
O texto intitulado “Tilapia fish skin as a new biologic graft for neovaginoplasty in Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser syndrome: a video case report que em português significa “Pele de tilápia como novo enxerto biológico para neovaginoplastia na síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser: relato de caso em vídeo” teve como objetivo descrever uma técnica de procedimento de McIndoe para tratamento cirúrgico da síndrome com o uso da pele de tilápia do Nilo como suporte para a proliferação de novo epitélio vaginal.
Conheça um pouco mais sobre a síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser
Com incidência estimada em um para cada 4 a 5 mil nascimentos, a síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKH) é uma malformação congênita caracterizada por agenesia ou hipoplasia grave das estruturas müllerianas, com destaque para atresia vaginal e anomalias uterinas e tubárias, que ocorre em pacientes com cariótipo 46,XX.
A amenorreia primária constitui o quadro clínico mais típico. Como os ovários estão presentes e funcionantes, essas meninas apresentam um desenvolvimento normal dos caracteres sexuais secundários, adequado para a idade. Contudo, o exame ginecológico geralmente evidencia a alteração, representada por encurtamento ou mesmo ausência do canal vaginal.Vale acrescentar que o cariótipo em sangue periférico deve ser realizado em todas as meninas com essa suspeita para afastar outros diagnósticos diferenciais, como a síndrome de insensibilidade aos androgénios, que compartilha algumas semelhanças com a MRKH no quadro clínico, mas ocorre em indivíduos 46,XY.
Uma vez fechado o diagnóstico da síndrome, convém proceder a uma pesquisa ativa de outras malformações, já que, em cerca de 50% dos casos, encontram-se também anormalidades ósseas, renais ou cardíacas, entre outras.
Além da história e do exame físico minuciosos, os estudos de imagem têm papel central no diagnóstico da síndrome, uma vez que permitem a avaliação do grau e da extensão das anormalidades ginecológicas, podendo ainda flagrar outras alterações associadas ao quadro. A ultrassonografia figura como o principal exame de triagem, por ser uma técnica mais simples e amplamente acessível, capaz de revelar a ausência do útero entre a bexiga e o reto, embora tenha a limitação de, eventualmente, não conseguir identificar tanto o ovário quanto as próprias estruturas müllerianas não desenvolvidas.
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