A Peste de Ashdod, de Nicolas Poussin, é um óleo sobre tela, de 148 cm × 198 cm, de 1630. Encontra-se no Museu do Louvre-Paris, no 2º andar da Ala Richelieu.
Nicolas Poussin (1594-1665) foi um pintor francês do período barroco. Suas pinturas, de uma riqueza e beleza exuberantes, retratam temas históricos da Antiguidade, com seu expressivo estilo.
A tela acima mostra a peste que assolou a cidade de Ashdod, relatada no Antigo Testamento da Bíblia, no livro 1 de Samuel (1 SM 5: 1 -12). Segundo Samuel, a Arca da Aliança foi roubada pelos filisteus, durante uma batalha contra os hebreus, e levada para o templo do Deus Dagon, em Ashdod. Uma peste se abateu sobre a cidade dos filisteus. Samuel a descreve em seu livro:
“Agora a mão do SENHOR estava pesada sobre o povo de Ashdod e suas proximidades, devastando-os e afligindo-os com tumores. E quando os homens de Ashdod viram o que estava acontecendo, eles disseram: “A arca do Deus de Israel não deve ficar aqui conosco, porque Sua mão está pesada sobre nós e sobre nosso deus Dagon.”.
Como esta Arca havia sido roubada, acreditava-se que as pragas eram enviadas pelo Deus judaico. O propósito dessas pragas seria uma punição e motivo para que a Arca da Aliança fosse devolvida aos hebreus. Quando os filisteus a enviaram de volta, ofertaram aos hebreus cinco ratos e cinco tumores de ouro.
Poussin chamou esta obra de arte de “O Milagre da Arca no Templo de Dagon”. As representações de pessoas gesticulando para cobrir os narizes mostram a crença que a peste era contagiosa, ou que o mal cheiro vindo das pessoas moribundas e doentes era insuportável. No primeiro plano vemos um bebê faminto sendo retirado do seio de sua mãe morta para que não se infectasse. Essa imagem é perturbadora, porque o homem que salva a criança está arriscando sua própria vida. Há também uma mulher carregando uma criança à direita da Arca, sendo observada por outro homem. No canto esquerdo da tela, vemos a estátua do deus Dagon caída e sua cabeça quebrada. Poussin retrata ratos por toda a pintura correndo ao redor dos corpos dos vivos e dos mortos. Poucas telas trazem o tema da peste por causa de uma crença que as mesmas voltariam se fossem retratadas.
Coluna Medicina, Cultura e Arte
Autora e Coordenadora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.
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2 Comments
Liana
14 de junho de 2020 at 19:47
Sempre ótimas apreciações! ????????????
Argollo
14 de junho de 2020 at 19:49
Olá Liana! Que bom que nossos conteúdos tem contribuído positivamente! Receba nossos conteúdos no seu e-mail assinando a nossa NewsLetter em https://www.jornaldomedico.com.br/newsletter
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