Título – Os quatro vasos “canopes” de Horemsaf
Data de Origem / Produção: Período Tardio – 664 – 332 a.C.
Local de Coleta/ Origem -Tumba de Horemsaf/ Egito Antigo.
Dimensões: H: 36,50 cm
Material – Alabastro egípcio (calcita)
Antiguidades Egípcias
Ala Sully -Térreo
O livro dos mortos
Sala 319
Mostruário – 4 Vasos com vísceras (“canópico”)
No Antigo Egito, os vasos canopos ou canópicos eram usados para colocar as vísceras retiradas do morto durante o processo de mumificação. Os egípcios acreditavam que a preservação dessas vísceras era fundamental para garantir a vida após a morte.
A forma desses recipientes (vasos) variou ao longo do tempo, bem como o material utilizado para confeccioná-los, como: calcário, alabastro, terracota, cerâmica e outros. Em número de quatro, os vasos eram colocados próximos ao sarcófago, na câmara mortuária do túmulo, em uma caixa ou tanque.
Os primeiros recipientes tinham a forma de cofre. Em 1925, foi encontrado na tumba da rainha Heteferés I (IV Dinastia), mãe do faraó Quéops (2589 – 2566 a.C.), um cofre em alabastro com quatro compartimentos.
Durante o Novo Império, as tampas de vasos canópicos adotaram uma iconografia que reproduzia a cabeça de quatro divindades protegendo as vísceras, os Filhos de Hórus: Amsit com cabeça humana, Hapy com cabeça de macaco, Douamutef com cabeça de cachorro e Qébehsenouf com cabeça de falcão.
Cada um dos Filhos de Hórus, associado a uma deusa, era responsável pela proteção de um órgão: Amsit e Ísis protegiam o fígado, Hapy e Nephthys os pulmões, Douamutef e Neith o estômago e o último Qébehsenouf com Selket os intestinos.
Na 21ª dinastia, ocorreu uma mudança nas práticas funerárias. Os órgãos removidos durante a mumificação eram devolvidos à cavidade abdominal da múmia, após serem mumificados e envoltos em linho, conhecido como “feixes canópicos”.
Privados de suas funções de receptáculos das vísceras, os vasos canópicos tornaram-se componentes dos equipamentos funerários, colocados próximos à múmia. Temos, então, dois tipos de vasos canópicos: falsos e verdadeiros.
Esses quatro vasos canópicos, verdadeiros, mostrados acima, são feitos de calcita. Eles têm rolhas com a efígie dos “Quatro Filhos de Hórus”. Cada um dos vasos, da série pertencente a Horemsaf, tem uma forma esguia, ligeiramente alargada para cima e é oco. Apresenta no corpo uma inscrição incisa de quatro colunas, dispostas em moldura retangular. O entalhe dos bonés é bastante rudimentar, mostrando poucos detalhes de cabeças de animais, cães, macacos e falcões. Apenas um, com uma cabeça humana representando Amsit, é mais polido. Eles podem ser apreciados no Departamento de Antiguidades Egípcias, no Museu do Louvre-Paris.
Fonte: site do Museu do Louvre
Fortaleza, 22 de dezembro de 2020
Coluna Medicina, Cultura e Arte
Autora e Coordenadora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.
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