Hoje, 04 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, fazemos um alerta sobre o câncer de mama, que é o de maior de incidência no sexo feminino, não só no Brasil, bem como em praticamente todos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Em nosso país, o Instituto Nacional do Câncer, do Ministério da Saúde, estimou 66280 novos casos desta neoplasia e 17572 óbitos causados por este temido tipo de câncer para o ano de 2020. Para o Ceará foram estimados 2510 novos casos para o mesmo período.
Além da alta incidência, suas consequências afetando um órgão que é símbolo da feminilidade, esta doença tem grande impacto para as mulheres, seus familiares, melhor dizendo, para todos.
Muitas campanhas de esclarecimentos são realizadas, aqui citamos algumas. Quando fomos presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Ceará, no período de 1998/2001, realizamos campanha educativa com o seguinte slogan “Câncer de Mama – se toque”, o qual, com o duplo sentido, teve a intenção de alertar para a importância do diagnóstico precoce.
Na gestão seguinte, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) realizou a “Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária”, com o slogan Fique de olho.
A campanha de maior penetração e apelo, sem dúvida é o “Outubro Rosa”. Nos últimos anos, a Sociedade Brasileira de Mastologia aderiu a essa campanha mundial, que, além do esclarecimento sobre a doença, luta também pelo acesso ao diagnóstico e tratamento.
Ano passado o slogan da SBM foi “Quanto antes melhor”, mostrando a importância do diagnóstico precoce, bem como explicando sobre a importância dos bons hábitos, como atividade físico e boa alimentação, e mais, que há vida após o tratamento do câncer de mama.
Hoje em dia, temos altas taxas de cura, o que é proporcional ao momento do diagnóstico, por esta razão defendemos e lutamos pelo diagnóstico precoce, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores são chances de cura e menos mutilação para as pacientes, por vezes evitando alguns tipos de tratamento como quimioterapia.
Porém, vivemos um momento excepcional há aproximadamente um ano, quando muitas mulheres devido à pandemia, atrasaram suas consultas de rotina, a realização de exames de rastreamento, biópsias, etc. Em alguns casos atrasando até mesmo cirurgia ou outra modalidade de tratamento.
Temos uma baixa cobertura mamográfica de rastreamento, o que foi agravado no pior período desta pandemia, conforme gráfico abaixo.
Por fim, queremos deixar como mensagem, que apesar de toda a gravidade da Covid, o câncer como um todo, em especial o câncer de mama não espera. Mantendo os cuidados de distanciamento, uso de máscaras e cuidados de higiene, as pessoas em tratamento não devem descontinuar seus tratamentos, bem como aquelas que realizam exame de rotina, devem realizá-lo conforme as diretrizes da SBM, quais sejam, a mamografia anual após os quarenta anos, e especial cuidado para aquelas pessoas portadores de histórico familiar de câncer de mama, que deve iniciar os exames de imagem mais precocemente, bem como avaliar a indicação de estudo genético.
Autor:
Dr. Fernando Melo
Mastologista
CREMEC 4315 RQE 1513
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