Homens que se tratam com acetato de abiraterona reagiram bem, segundo estudo internacional
O acetato de abiraterona é um medicamento oral utilizado no tratamento de câncer de próstata metastático. Ele age por meio da inibição da produção de testosterona. Normalmente, é administrado em pacientes resistentes à castração que têm poucos sintomas ou estão assintomáticos para a doença, após o insucesso no tratamento de privação androgênica, ou em homens resistentes à castração que realizaram quimioterapia anteriormente. Em ambos os casos, o medicamento é ministrado em conjunto com outras drogas como prednisona ou prednisolona.
A administração desse remédio é um diferencial no tratamento contra o câncer de próstata, por ser tomado via oral, o acetato de abiraterona tem contato direto com a microbiota intestinal. Lá, há a presença de microorganismos que podem ser primordiais para a resposta positiva ao tratamento.
Um estudo da Nature Communication reportou que os microbiomas intestinais afetam o tratamento dos pacientes com câncer de próstata que fazem uso do acetato de abiraterona. Isso porque essa droga é metabolizada no intestino, onde há uma elevada presença da bactéria Akkermansia muciniphila. Esse microrganismo realiza a biossíntese da vitamina K2, responsável por inibir os andrógenos e, consequentemente, frear o desenvolvimento do câncer.
Esse estudo é fundamental para entender como a utilização do acetato de abiraterona pode ser mais eficaz em pacientes em estágios mais avançados de câncer de próstata. O medicamento modula as comunidades de microrganismos da microbiota intestinal e produz a A. muciniphila, que tem uma resposta direta ao tratamento. Essa pesquisa representa um ponto de partida para novos estudos sobre o assunto.
Autora: Dra. Márcia Beretta
Especialista em Nutrologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Fala sobre obesidade, intolerâncias alimentares, desnutrição, mulher pós-menopausa, alimentação saudável, emagrecimento, suplementação na atividade física, entre outros.
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