A vida é um sopro, uma passagem; depois dela, sobra algo que não conseguimos terminar. Existe um início e existe um fim. A todo o momento precisamos vigiar, caminhar, orar, e seguir avante; não sabemos o dia derradeiro, e quando ele há de chegar. Algumas pessoas carregam em si, agruras de tormentos e provações por toda vida, são entretanto, reflexos de louvor e gratidão; outras pessoas, cheias de luz, paz e amor, não suportam o peso do existir e padecem durante todo resistir; parece, que para esses últimos deveria ser menos duradouro o tempo da existência; mas não é.
O sofrimento não mata, contudo maltrata; assim diz a escritura. Somos reflexos do que plantamos no semeio do novo; e muitas vezes, o que pensamos ser, ou, o que demonstramos ser. A mente, albergue de valiosas mudanças, que seja nossa aliada no enfrentamento do que imaginamos não poder enfrentar. O sopro da finitude, num pavio que encurta ou que é prolongado pelo que fazemos e pelo que acontece conosco, permite compreender a essência da existência. E por mais que desfrutemos de uma vida que vale a pena percorrer, no fim, sempre haverá uma sobra para terminar, algo por finalizar.
Leitor: imagine o sopro final chegando; a viagem do corpo terminando; a passagem terrestre findando; qual a sobra da saudade do seu caminhar? Qual o legado que aos outros você vai deixar? Alguns seres extrapolam prazer no sopro da vida, e no bolo das comemorações anuais assopram menos velas do que o esperado. Somos assim: como uma vela acesa no ar, ou um veleiro a navegar com um vento a velar; e retratamos ou simbolizamos uma gota do mar. Muitos, porém, querem ser tanta coisa, mesmo sendo singelas sobras de nada. Aproveitemos, aprimoremos a humildade e os bons valores humanos, cresçamos e louvemos a vida. Aprendamos a bem tecer o ser que valoriza o bem servir, e o ser que sabe agradecer. Façamos a vida valer a pena.
A coluna Momento de Reflexão é publicada aos sábados com a assinatura do Dr. Russen Moreira Conrado, Cirurgião Plástico e psicoterapeuta, CRM: 5255-CE – RQE Nº: 1777 – RQE Nº: 1811
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