“Os mestres gregos foram à escola com os egípcios”.
H. Gombrich
Segundo o Prof. José Leonardo do Nascimento, Unesp de São Paulo, os gregos tinham grande admiração pelos egípcios e beberam de sua da arte, mas colocaram seu próprio tempero, ou seja, a chamada “síntese grega”.
Na arquitetura e na escultura a arte grega está dividida em 3 períodos: arcaico (650 – 480 a.C.), clássico (480 – 323 a.C.) e helenístico (323 a.C. – 31 d.C.).
No período Arcaico, século VII a.C., a arte grega estava próxima dos cânones egípcios, ligados ao regime de proporcionalidade. Os egípcios usavam regras rígidas para fazer suas esculturas e os gregos, inicialmente, copiaram essas regras. Do período arcaico, a mais antiga escultura que tem uma certa escala é a “dama d’Auxerre” (650-640 a.C.). Trata-se de uma pequena estátua de 65 cm. É o mais perfeito exemplar do “estilo dedálico”, que caracterizou a escultura grega no século VII a.C.
A dama d’Auxerre – Louvre-Paris
A “dama d’Auxerre” é uma “koré”, nome dado às esculturas de jovens vestidas feitas para ornar os templos. Os “Kouros”, eram jovens desnudos que tinham a mesma finalidade de ornar os templos, ao lado das “Korés”. A “dama d’Auxerre”, Koré em Peplos, pertence ao acervo do museu do Louvre, pois foi encontrada no sul da França. Tal fato é explicado porque houve um período em que as cidades naquela região pertenciam a “Magna Grécia”, eram cidades-estados gregas.
O período clássico (480 – 323 a. C.) tem início em 480 a C., quando os gregos derrotaram os persas que haviam invadido a Península Grega. Os grandes inimigos dos gregos foram os persas que anexaram várias vezes as cidades gregas da Ásia Menor. Essa data é importante e é utilizada para definir o período clássico que vai se estender até 323 a.C. (morte de Alexandre Magno), filho de Felipe, rei da Macedônia. A Grécia perde sua autonomia política e passa para o domínio da Macedônia. Alexandre morre e o poder passa para um dos seus generais. Depois a Grécia passa a ser incorporada pelo Império Romano. Nesse período surge a “síntese grega”.
No período Helenístico (323 a.C. – 31 d.C.) período do Império Romano, a arte grega alcançou seu apogeu. Infelizmente, quase toda a produção artística escultural e pictórica grega se perdeu. O que chamamos de coleções gregas nos grandes museus não são originais, com algumas exceções, são cópias romanas em pedra de originais gregos feitos em bronze. Os gregos raramente usavam a pedra. Quando a usavam, eles pintavam. O Parthenon era pintado com cores fortes. Duas exceções da arte escultural grega esculpidas em mármore, estão no Louvre-Paris: Vênus de Milo e Vitória de Samotrácia.
Vênus de Milo, Louvre-Paris Vitória de Samotrácia, Louvre-Paris
Na cerâmica, pintura sobre os vasos, a arte grega está intacta. O grande historiador da arte, Hauser, que escreveu o livro “História Social da Arte e da Literatura”, disse: “A terracota é a matéria prima da civilização grega”. Por ser uma argila com muito óxido de ferro, a terracota é extremamente resiste. Há vasos gregos do século X a.C. O museu do Louvre-Paris tem uma coleção excepcional de vasos gregos. Se querem conhecer a Grécia, vejam os vasos gregos, frisou Hauser.
Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.
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