Museu da Inconfidência em Ouro Preto. Antiga casa de Câmara e Prisão onde morreu Claudio Manuel da Costa
Claudio Manoel da Costa, filho de João Gonçalves da Costa e Teresa Ribeira de Alvarenga, nasceu em 5 de junho de 1729, no sítio da Vargem do Itacolomi, freguesia da Vila do Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana (Minas Gerais) e faleceu em 4 de julho de 1789, em Vila Rica, atual Ouro Preto (Minas Gerais).
Foi advogado de prestígio, fazendeiro abastado, pensador e poeta. Em 1749, aos vinte anos de idade, embarcou para Portugal para estudar na Universidade de Coimbra. Claudio teve importante carreira no campo político, literário e profissional.
Claudio acumulou grande fortuna. Sua casa, em Vila Rica, atual Ouro Preto, que está desafiando o tempo, era uma das melhores vivendas da cidade.
Claudio Manuel da Costa teve importante atuação na “Inconfidência Mineira” ao lado do capitão José de Resende Costa e seu filho José de Resende Costa Filho, do poeta Tomás Antônio Gonzaga, dos coronéis Domingos de Abreu Vieira e Francisco Antônio de Oliveira Lopes, dos padres José da Silva e Oliveira Rolim, Manuel Rodrigues da Costa e Carlos Correia de Toledo e Melo, do cônego Luís Vieira da Silva, do sargento-mor Luís Vaz de Toledo Pisa, do minerador Inácio José de Alvarenga Peixoto e do alferes Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de “Tiradentes”.
Aos sessenta anos de idade, envolvido na chamada “Conjuração Mineira”, Claudio foi preso e morreu em circunstâncias obscuras na prisão, quando teria cometido suicídio ou sido assassinado.
Dez dias depois da sua morte, os parisienses tomavam a fortaleza da Bastilha, marcando o início da “Revolução Francesa”. Começava a se concretizar, na Europa, o projeto político sonhado pelo próprio Claudio para o Brasil. Somente trinta e três anos mais tarde o Brasil se libertaria de Portugal e cem anos seriam necessários para a implantação do regime republicano.
Claudio Manuel da Costa é considerado um dos melhores sonetistas de nossa literatura. Suas poesias estão condensadas no livro “Obras Poéticas”, poesias líricas, 1768.
O arcadismo, escola literária surgida na Europa no século XVIII, foi introduzida no Brasil por ele. O nome “arcadismo” é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia Antiga, tida como ideal de inspiração poética. A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Este belo soneto sobre o amor pertence à referida escola literária.
AMOR QUE VENCE OS TIGRES
Claudio Manuel da Costa
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor que vence os tigres, por empresa,
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e Conselheira do Jornal do Médico.
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