Estimativas publicadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que o Brasil terá cerca de 177 mil novos casos de câncer de pele, sendo 83.770 em homens e pouco mais de 93 mil em mulheres. Os principais fatores de risco para o aparecimento de câncer de pele são exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente, na infância e adolescência, histórico familiar, pessoas com pele e olhos claros e cabelos ruivos e loiros.
“Há diversos tipos de câncer de pele e os três mais comuns no Brasil são: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma, sendo esse último o mais grave, com risco de desenvolver metástase e podendo levar o paciente a óbito. Cabeça, pescoço, ombros, braços e dorso da mão estão entre as áreas mais comuns a serem afetadas pelo câncer de pele, já que estão mais expostas à radiação solar”, explica Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Conheça abaixo os três tipos de câncer de pele mais comuns no Brasil:
● Carcinoma basocelular: o mais comum, cerca de 80% dos casos, pode ser mais agressivo localmente, porém – normalmente – apresenta uma evolução mais lenta. Pode-se apresentar como uma pinta, mancha, nódulo ou ferida na pele.
● Carcinoma espinocelular: com origem na camada mais superficial da pele também pode aparecer em mucosas e até em áreas de cicatrização prolongada, como uma ferida que nunca fecha. Mais comum surgir nas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto, orelhas, lábios, pescoço e dorso da mão. Às vezes, pode até ser necessário radioterapia no complemento do tratamento.
● Melanoma: É o menos frequente, representa 3% dos cânceres de pele no Brasil, entretanto, é o mais agressivo, com risco de metástase. O prognóstico pode ser bom se descoberto na fase inicial. Devido aos novos medicamentos e a detecção precoce da doença, houve uma melhora na sobrevida desses pacientes nos últimos anos.
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso no tratamento. Para facilitar a análise de alterações em lesões ou pintas, Dr. Amato orienta os pacientes a seguir o método conhecido como ABCDE:
A – Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da outra
B – Borda: irregularidades no contorno
C – Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão
D – Diâmetro: quando for maior de 6 milímetros
E – Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor
Feridas que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas.
Geralmente, o dermatologista é quem faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame realizado com lente de aumento, sendo necessário o estudo anatomopatológico para definição do diagnóstico.
Dependendo do local onde está a lesão, no caso de regiões do corpo mais delicadas e expostas, como a face, por exemplo, o paciente é encaminhado para o cirurgião plástico, que faz a remoção e reconstrução se necessário. “A cirurgia do câncer de pele é muito variada, pode ser desde a remoção de um sinal, como a reconstrução inteira do local onde está a lesão e, muitas vezes, essa reconstrução é feita por etapas. Apenas os especialistas envolvidos poderão fazer a análise e a indicação mais apropriada para cada paciente”, explica Dr. Fernando Amato.
Seguimento pós-operatório
No caso de melanoma, é preciso que o paciente faça uma rotina de acompanhamento, após terminar o tratamento, já que há o risco de recidiva, ou seja, da doença voltar. O seguimento envolve consultas d com equipe multidisciplinar, envolvendo dermatologista, cirurgião plástico e oncologista, nos cinco primeiros anos após o diagnóstico da doença. “O paciente pode ajudar nesse rastreamento pós-operatório com o autoexame, identificando novas lesões suspeitas, alterações na cicatrização, e até aumento dos linfonodos.”, acrescenta Dr. Amato.
Prevenção: Evitar o sol entre 10h e 16 horas não é a única forma de se prevenir o câncer de pele. A melhor prevenção é o uso correto de filtro solar, ao longo do dia, associado a proteções físicas como roupas e chapéus. Outras dicas são:
● Usar filtro solar diariamente, mesmo que em dias nublados, e reaplicá-lo a cada duas ou três horas ou antes se houver suor excessivo e atividades em água.
● Aplicar filtro solar mesmo embaixo do guarda-sol, já que só ele não é suficiente para proteger a pele dos danos solares.
● Evitar ao máximo queimaduras solares durante a infância. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma é a ocorrência de queimaduras solares importantes, principalmente, com formações de bolhas, portanto, é essencial a proteção solar adequada das crianças quando expostas ao sol.
● Não esquecer de aplicar o filtro solar em áreas mais escondidas ou periféricas, como axilas, pescoço, orelhas, região inguinal, cotovelos e pés.
● Pessoas que têm dois ou mais casos de melanoma na família, em parentes de primeiro ou segundo graus devem fazer acompanhamento de rotina com o dermatologista.
Conteúdo com a participação do cirurgião geral e plástico, Fernando Amato (CRM: 133826-SP – RQE: Nº: 51573, Nº: 51436)
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