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O Teste de Esforço Cardiopulmonar ajuda a definir a causa da dispneia inexplicada na Longa COVID

“As diretrizes clínicas atuais, não recomendam o teste de exercício cardiopulmonar, devido à preocupação de que este teste possa piorar os sintomas dos pacientes. No entanto, descobrimos que o teste de exercício cardiopulmonar, foi capaz de identificar a capacidade de exercício reduzida em cerca de 45% dos pacientes”, disse a Dra. Donna Mancini, da Escola de Medicina Icahn, no Monte Sinai.

“Essa redução da capacidade funcional foi decorrente de uma anormalidade circulatória. Isso pode incluir alterações envolvendo a vasculatura pulmonar ou periférica”, observou ela.

A Dra. Mancini e seus colegas, estudaram 18 homens e 23 mulheres com sequelas pós-agudas de COVID-19 (PASC ou Longa COVID). A idade média deles era de 45 anos, e todos apresentavam falta de ar em curso por mais de três meses após a recuperação de COVID, apesar dos testes de função pulmonar, radiografias de tórax, tomografias computadorizadas de tórax e ecocardiogramas normais.

Todos os 41 pacientes foram submetidos a TCPE e avaliação de sintomas, 8 a 9 meses após a infecção aguda por COVID-19 (variação de três a 15 meses), relata a equipe do estudo no periódico JACC de insuficiência cardíaca.

“Existem várias mensagens importantes para levar para casa, em relação aos pacientes com Longa COVID com dispneia inexplicada”, disse o Dr. Mancini à Reuters Health.

Em primeiro lugar, a grande maioria dos pacientes (88%), exibiu variabilidade na ventilação consistente com respiração disfuncional, hipocapnia em repouso e/ou uma resposta ventilatória excessiva ao exercício. E mais da metade (58%) apresentou evidência de comprometimento circulatório para o desempenho máximo do exercício, observou ela.

“Muitos dos pacientes apresentavam baixos níveis de CO2 em repouso, sugerindo hiperventilação crônica. Com exercícios, muitos apresentavam padrões respiratórios erráticos rápidos. A hiperventilação associada à respiração disfuncional, pode resultar em falta de ar junto com outros sintomas vagos que esses pacientes comumente relatam, como confusão mental, formigamento, palpitações e dor no peito “, explicou a Dra. Mancini.

Ela observou que “o teste funcional de baixo nível recomendado pelas diretrizes, como um teste de caminhada de 6 minutos, não seria capaz de detectar essas anormalidades. Identificar a respiração disfuncional pode ser difícil, pois não há uma definição precisa, e requer uma revisão cuidadosa dos dados brutos gerado durante o teste. Este achado é importante, porque a respiração disfuncional pode ser tratada com retreinamento respiratório. Além disso, o prognóstico relacionado a isso, como uma causa de dispneia inexplicada, é bom “, disse a Dra. Mancini.

Além disso, 19 dos 41 pacientes (46%) preencheram os critérios para encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crônica (EM/SFC). “Este é o primeiro relatório que liga diretamente a Longa COVID à fadiga crônica”, disse a Dra. Mancini. “É importante enfatizar, que os dados se aplicam a um subgrupo de pacientes com Longa COVID com falta de ar contínua, mas com ecos cardíacos e testes de função pulmonar normais”, disse ela.

Os médicos observam em seu artigo, que cerca de 20% dos pacientes que se recuperam de uma infecção aguda por COVID-19, apresentam sintomas persistentes com dispneia e fadiga, apesar da função cardíaca e pulmonar normal. “Embora este estudo incluísse uma pequena coorte de pacientes, o TCPE foi capaz de identificar anormalidades significativas, que podem ser usadas para diagnosticar a síndrome e, potencialmente, guiar o tratamento”, afirmam.

 

Referente ao comentário publicado na Medscape Pulmonary Medicine

 

 

 

Autor: 
Dr. Dylvardo Costa Lima
Pneumologista, CREMEC 3886 RQE 8927
E-mail: dylvardofilho@hotmail.com

 

 

 

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