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As Catacumbas de Paris

As “Catacumbas de Paris”, termo usado para denominar o “ossuário municipal”, são parte das antigas pedreiras subterrâneas, localizadas no “14º arrondissement de Paris”. Quando as pedreiras estavam ativas, delas eram extraídas pedras de construção, o que possibilitou durante vários séculos construir os edifícios de Paris.

O nome “catacumbas”, é uma analogia com as necrópoles subterrâneas da Roma Antiga, embora nunca tenham sido locais de sepultamento. São quase trezentos quilômetros de galerias subterrâneas, interligadas, e a profundidade média é de cerca de vinte metros abaixo do nível do solo.

No final do século XVIII, devido à saturação dos cemitérios parisienses e aos crescentes problemas de insalubridade, decidiu-se deslocar os ossos para uma parte das pedreiras. Os ossos do cemitério “Santos-Inocentes” foram gradualmente retirados das valas comuns e do solo, depois limpos e empilhados.

Um escrupuloso rito religioso com carros fúnebres cobertos de preto, precedidos por coros de monges, carregando a lanterna dos mortos, acompanhados por portadores de tochas e seguidos por padres cantando o ofício dos mortos, dirigiam-se, ao entardecer, ao poço de serviço das pedreiras e lá despejavam a sua carga.

A exemplo do “Santos-Inocentes”, os outros cemitérios parisienses, em particular os adjacentes às igrejas, foram gradualmente esvaziados até janeiro de 1788. Desta maneira, no final do século XVIII, as antigas pedreiras foram transformadas em “ossuário municipal” com a transferência dos restos mortais de cerca de seis milhões de indivíduos.

Desde a sua criação, as catacumbas despertam a curiosidade. Em 1787, o primeiro visitante, o Conde de Artois, o futuro Carlos X, desceu ali na companhia de senhoras da Corte. No ano seguinte, menciona-se a visita de Madame de Polignac e Madame de Guiche.

Posteriormente, as visitas foram organizadas. Em 1810 e 1811, os ossos foram alinhados e decorados com motivos macabros ou artísticos, e colocadas placas com citações gravadas em pedra, retiradas de célebres textos sagrados, literários, filosóficos ou poéticos.

Sem dúvida, a visita às catacumbas de Paris nos faz refletir sobre nossa finitude e é um dos pontos turísticos da cidade mais visitados. Só em 2015, foram cerca de 500.000 pessoas que fizeram esse percurso macabro e filosófico.

dra. ana

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda
Rosemberg, médica CRM 1782-CE,
historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina
e Conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

 

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