Artigo publicado na European Respiratory Journal em17 /03/2022, em que pesquisadores italianos relatam que os achados clínicos, radiológicos e patológicos em pacientes com doença pulmonar persistente após infecção por SARS-CoV-2, onde adoença pulmonar pós-COVID-19 inclui 3 subtipos ou subgrupos diferentes, que potencialmente requerem tratamento separado e diferente.
Todos os pacientes haviam se recuperado de pneumonia relacionada ao COVID-19 pelo menos 30 dias antes, embora nenhum tivesse sido entubado, e apresentavam envolvimento pulmonar persistente em tomografias computadorizadas de alta resolução, e sintomas respiratórios e/ou sistêmicos persistentes. A maioria dos pacientes relatou fadiga e febre baixa, com alguns relatando dores articulares e musculares, e outros, depressão.
Dos 164 pacientes encaminhados, os investigadores conduziram uma extensa análise de 10 pacientes com doença pulmonar parenquimatosa, com extensão > 5% de envolvimento na tomografia do tórax, que foram submetidos à biópsia pulmonar. Os pesquisadores constataram que o padrão histológico não era homogêneo entre os pacientes; eles notaram 3 “grupos de casos” diferentes caracterizados por características clínicas e radiológicas específicas. O grupo 1, com “doença fibrosante crônica”, foi caracterizado pela progressão pós-infecção de pneumonias intersticiais pré-existentes; o grupo 2, com “lesão aguda/subaguda”, foi caracterizado por diferentes tipos e graus de lesão pulmonar, variando de pneumonia em organização e pneumonia intersticial inespecífica fibrosante, a dano alveolar difuso; e o grupo 3, com “alterações vasculares”, foi caracterizado por aumento vascular difuso, dilatação e distorção de capilares e vênulas dentro do parênquima normal. Em particular, os grupos 2 e 3 foram caracterizados por alterações imunofenotípicas semelhantes às observadas em pneumonias precoces/leves por COVID-19.
Até o momento, este estudo parece ser o primeiro correlacionando padrões histológicos/imuno-histoquímicos, com quadros clínicos e radiológicos de pacientes com doença pulmonar pós-COVID. Os pesquisadores concluíram que é necessária uma avaliação multidisciplinar de pacientes com suspeita de doença pulmonar na Longa COVID, para caracterizar potencialmente o seu fenótipo e, assim fornecer informações sobre as intervenções terapêuticas mais apropriadas para o manejo de um determinado paciente.
Este estudo foi limitado por seu pequeno tamanho de amostra, curto período de tempo e pela falta de dados basais de pacientes com doenças pulmonares prévias.
Conteúdo referente a artigo publicado na European Respiratory Journal.
Autor:
Dr. Dylvardo Costa Lima
Pneumologista, CREMEC 3886 RQE 8927
E-mail: dylvardofilho@hotmail.com
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