As novas vacinas bivalentes de reforço, projetadas para atingir a variante Ômicron e suas subvariantes, além da cepa original do SARS-CoV-2, podem estar disponíveis no mundo nas próximas semanas.
A variante Ômicron do SARS-CoV-2 frustrou muitas pessoas, e especialmente os especialistas, com sua capacidade de escapar da imunidade de vacinas e de infecções anteriores.
Felizmente, o FDA autorizou uma nova injeção de reforço bivalente, também conhecida como “reforço atualizado”, visando tanto a cepa original do SARS-CoV-2, quanto as subvariantes de Ômicron BA.4 e BA.5, que devem estar disponíveis nos EUA nesse outono, e muito em breve, no resto do mundo.
O que são vacinas bivalentes?
As atuais vacinas de mRNA COVID-19 contêm material genético da proteína spike da cepa original isolada e sequenciada de Wuhan, China. A vacina bivalente conterá material genético das duas versões da proteína spike: a cepa original, mais as proteínas spike das subvariantes de ômicron BA.4 e BA.5.
Quando eles estarão disponíveis?
Após a autorização do FDA, as vacinas precisarão da aprovação do Comitê Consultivo de Práticas de Imunização. O processo de aprovação das primeiras vacinas de mRNA COVID foi muito rápido, levando apenas algumas semanas. Concluído esse processo, as novas vacinas devem estar disponíveis logo em seguida.
Quem será elegível para receber este reforço?
Espera-se que a vacina Pfizer-BioNTech seja autorizada para uso como dose de reforço em indivíduos com 12 anos ou mais, e a vacina bivalente Moderna como dose de reforço em indivíduos com 18 anos ou mais. No entanto, os suprimentos de vacinas podem ser limitados nos meses após a autorização, e grupos de alto risco como adultos mais velhos, devem ser priorizados inicialmente.
As vacinas bivalentes podem ser usadas como esquema inicial de vacinação?
Teoricamente sim, mas você precisaria de duas doses se for o esquema inicial de vacinação. No momento, porém, a vacina bivalente é considerada apenas um reforço, não um meio de vacinação primária. No futuro previsível, qualquer adulto que iniciar um esquema de vacinação contra a COVID-19 receberá a vacina original contra a COVID-19 como a injeção inicial.
Quanto tempo se deve esperar depois de se infectar com COVID-19 para tomar uma vacina bivalente?
Nenhum cronograma específico foi estabelecido para a vacina bivalente, mas, em geral, é melhor esperar um pouco, a maioria dos especialistas recomenda pelo menos um mês, depois de contrair a COVID-19, para ser vacinado.
Essa questão ainda será melhor abordada nas recomendações do FDA/CDC para o reforço bivalente. Idealmente, eles especificarão quanto tempo após uma dose de reforço ou infecção os indivíduos devem esperar, antes de receber uma injeção de reforço bivalente. Independentemente disso, para respostas ótimas e de longo prazo, os reforços devem ser espaçados.
Essa é uma pergunta importante para quem recebeu ou está considerando uma dose de reforço agora. Indivíduos de alto risco se beneficiariam de uma dose de reforço agora, e ainda serão elegíveis para receber a vacina bivalente neste outono, dependendo das recomendações do FDA e do ACIP, sobre o intervalo mínimo entre as doses de reforço.
Quanto tempo se tem que esperar depois de receber seu último reforço (especificamente, a terceira ou quarta dose da vacina mRNA COVID-19 original) para obter uma vacina bivalente?
Uma resposta firme aguarda a orientação do FDA/CDC, mas os especialistas sugerem esperar pelo menos um a dois meses, se você não estiver em alto risco de doença grave. Ou pode-se esperar até seis meses como intervalo ideal para garantir a melhor resposta imunológica ao reforço.
Quanto tempo a imunidade ainda leva para se desenvolver após esta vacina?
Os títulos de anticorpos começam a aumentar dias após a injeção, mas provavelmente levará algumas semanas (pelo menos 2 semanas) para obter a maior quantidade de anticorpos.
As vacinas bivalentes eventualmente substituirão completamente as vacinas COVID originais?
O objetivo da campanha de vacina COVID-19 é gerar a imunidade mais forte e mais ampla contra todas as variantes, incluindo variantes pré-omicron. Os dados sugerem que esse objetivo pode ser alcançado com vacinações iniciais de duas doses focadas na cepa COVID-19 original e, em seguida, um reforço bivalente.
Qualquer mudança nessa estratégia exigiria testes clínicos, mas isso é quase impossível, simplesmente não há adultos suficientes que não tenham sido infectados ou vacinados para realizar um teste válido.
Outra incógnita, é se as subvariantes de Ômicron BA.4/BA.5, continuarão a ser os vírus dominantes ou se veremos variantes novas e diferentes para as quais vacinas modificadas precisarão ser desenvolvidas, assim como atualizamos as vacinas contra influenza a cada ano.
Sabe-se que a vacina bivalente ajudará a prevenir doenças graves, mas impedirá que as pessoas sejam infectadas com COVID-19?
O cenário mais provável é uma forte proteção contra doenças graves e hospitalização, com proteção variável contra infecções. Pode prevenir a infecção por um tempo, mas não sabemos por quanto tempo. É muito difícil prevenir a infecção inteiramente com vírus respiratórios. Você pode ser infectado novamente após uma infecção viral respiratória natural, portanto, é improvável que a prevenção total da infecção por COVID-19 por longos períodos de tempo, seja alcançada com uma vacina.
Os reforços com vacinas nasais, que estão sendo desenvolvidos, podem fazer um trabalho melhor na prevenção de infecções, induzindo a imunidade da mucosa nas vias aéreas superiores.
Quem se beneficiará mais com as vacinas bivalentes?
Aqueles com maior probabilidade de contrair doenças mais graves: idosos, imunocomprometidos e aqueles com comorbidades como diabetes, doença renal e doença pulmonar subjacente. Mas a recomendação será que todos os adultos recebam o reforço, o que precisa acontecer para ajudar a reduzir a propagação do vírus na população.
Referente ao comentário publicado na Johns Hopkins University.
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