fbpx

A síndrome de Hikikomori: isolamento social voluntário.

O fenômeno do isolamento social voluntário surgiu na década de 1990 no Japão, em resposta às fortes pressões psicológicas da sociedade japonesa e resultando em um aumento de meninos japoneses trancados em isolamento voluntário.

 

Essa síndrome de isolamento social foi denominada síndrome de Hikikomori, um termo japonês para ‘ficar longe’ (de hiku ‘puxar’ e komoru ‘retirar-se’). Hikikomori foi definido pela primeira vez pelo psiquiatra T. Saito que, em seu livro Hikikomori: Adolescence Without End, explica o significado do termo Hikikomori: “aqueles que se retiram completamente da sociedade e permanecem em suas casas por mais de seis meses, com início em seus vinte e tantos anos, e para os quais outros transtornos psiquiátricos não explicam melhor as causas primárias dessa condição.”

 

O que é um Hikikomori? Ou melhor, quem são os Hikikomori? O que significa ser Hikikomori? Quais são as características da síndrome de Hikikomori? Por que alguém se torna Hikikomori?

 

Muitos são os questionamentos a respeito desse fenômeno de isolamento social voluntário, principalmente em relação aos motivos psicológicos que levam as crianças a não saírem de casa e a possível cura para o Hikikomori.
No momento tentarei lançar alguma luz sobre o fenômeno, desvendando as causas da síndrome de Hikikomori, seus sintomas e consequências, com um olhar também sobre o Hikikomori brasileiro. Por fim, tentaremos entender como ajudar um Hikikomori e quais são as estratégias de intervenção para superar a síndrome de Hikikomori.

 

 

– Hikikomori: da síndrome japonesa ao problema global

Como mencionei a tradução do termo Hikikomori indica aquelas ‘pessoas afetadas por uma síndrome que as leva a se trancar em seus quartos e nunca mais sair’. A definição de Hikikomori começou a surgir no Japão nas décadas de 1980 e 1990. Em 2010, foi publicada uma pesquisa que descobriu que 1,2% da população japonesa era Hikikomori. Seis anos depois, a estimativa era de “cerca de 541.000 na faixa etária de 15 a 39 anos”.

 

No mesmo ano, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão publicou diretrizes sobre a síndrome de Hikikomori. O documento, que enfatizou principalmente como reconhecer um Hikikomori e possíveis tratamentos, destacou os critérios diagnósticos da síndrome de isolamento social identificados pelo governo japonês: estilo de vida centrado em casa nenhum interesse ou vontade de frequentar a escola ou o trabalho persistência dos sintomas além de seis meses.

 

Inicialmente, pensava-se que a síndrome de Hikikomori estava limitada exclusivamente à área geográfica do Japão, como se fosse uma espécie de ‘síndrome culturalmente relacionada’. Interessante a esse respeito é o Hikikomori: síndrome de internalização cultural ou abstinência voluntária.
Graças ao aumento da atenção a esse fenômeno, descobriu-se que era uma dificuldade compartilhada por todas as civilizações economicamente desenvolvidas no mundo ocidental. A síndrome está no momento pós pandemia afetando os lares brasileiros e ninguém comenta e todos em total silêncio.

 

Rossana Brasil Kopf psicanalista

Este post já foi lido2577 times!

Compartilhe esse conteúdo:

WhatsApp
Telegram
Facebook

You must be logged in to post a comment Login

Acesse GRATUITO nossas revistas

Send this to a friend