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O que acontece se você contrair a Covid-19, a Gripe ou o Vírus Sincicial Respiratório de uma vez?

Com os meses mais frios se aproximando, o mesmo acontece com a disseminação dos três grandes vírus respiratórios: a Covid-19, a gripe e o vírus sincicial respiratório. A boa notícia é que agora temos uma vacina para a Covid-19 atualizada, temos vacinas contra a gripe que protegem contra múltiplas cepas dos vírus Influenza, e temos vacinas contra o VSR para pessoas mais velhas, gestantes e bebês. No entanto, apesar de nossos esforços de prevenção, alguns mais azarados podem contrair não apenas um desses vírus, mas dois ou mais ao mesmo tempo, ou mesmo em sequência, durante a temporada de inverno.

 

Embora não possamos prever como será a temporada neste ano, os dados do ano passado do CDC mostraram que o VSR, a COVID-19 e a gripe, não atingiram o pico de uma só vez, o que é uma boa notícia para os pacientes e para os sistemas públicos de saúde.

 

É por isso que é uma boa notícia: o inverno passado foi a primeira vez que o centro de cuidados intensivos da Johns Hopkins, viu pacientes chegando com COVID-19 e com gripe. Com uma maior frequência, os pacientes tinham apenas um desses vírus; ainda assim, o número de pessoas com duas infecções, gripe e COVID-19, no ano passado, foi “alarmante”.

 

“Os pacientes que tiveram co-infecções eram, de longe, os pacientes mais gravidade”, disse o Dr. Galiatsatos. “Este também é um viés clínico, porque eu sou um médico de cuidados intensivos, e todos os pacientes que atendi com co-infecções, estavam na unidade de terapia intensiva.”

 

 

Como saber se você contraiu mais de um vírus?

Quando se trata de saber, quantas pessoas experimentam co-infecções como essa, é difícil dizer. A maioria desses diagnósticos vem de pacientes hospitalizados, onde os médicos normalmente testam os três vírus. Para aqueles que não acabam em um hospital, eles podem não saber que têm mais de uma infecção, especialmente porque os sintomas são semelhantes. Um nariz escorrendo, tosse, febre e dores no corpo, podem acontecer com os três vírus.

 

Por causa da acessibilidade dos testes da COVID-19, é mais provável que, se você ficar doente e testar positivo para COVID-19, você provavelmente não vai procurar um teste de gripe ou do RSV em uma unidade médica, se sua infecção não for grave o suficiente, para necessitar de um internamento em hospital.

 

Testar para todos os três vírus, portanto, não é uma necessidade para todos, disse o Dr. Peter Chin-Hong, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Califórnia, em São Francisco. Os idosos, crianças muito jovens, e pessoas com o sistema imunológico comprometido, devem definitivamente procurar mais testes, assim que necessitarem.

 

No entanto, aqueles que não se enquadram nessas categorias, ainda podem ser testados para os três vírus. Com base no que os médicos viram no passado, há uma chance maior de que, se você tem dois vírus, provavelmente serão os da COVID-19 e o da gripe, e não o RSV. E testes iniciais nesses casos podem salvar muitos pacientes do óbito, porque temos tratamentos antivirais para a gripe e para a COVID-19, e ainda não temos para o RSV.

 

 

O que fazer se você tiver gripe e COVID-19?

“A primeira coisa é, não entrar em pânico”, diz o Dr. Chin-Hong. Se você testar positivo para COVID-19 em casa e apresenta sintomas, procure acesso à droga Paxlovid dentro dos 5 primeiros dias da doença. Se acontecer que você contraiu a gripe, bem como COVID-19, você pode obter o antiviral Tamiflu, dentro das primeiras 48 horas de sintomas, que pode encurtar a gripe em um dia ou mais.

 

Tem havido alguma confusão em torno de quem se qualifica exatamente para Paxlovid. A FDA disse que está aprovada para o tratamento da “COVID-19 leve a moderada em adultos, que estão em alto risco de progredir para a COVID-19 grave”, mas alguns pacientes podem assumir que não estão na categoria de alto risco, e não procuram o tratamento. No Brasil, a ANVISA recomenda para os pacientes acima de 65 anos, ou com comorbidades, especialmente para os imunocomprometidos, diante de uma receita médica.

 

Ainda há uma certa relutância de alguns pacientes em tomar o Paxlovid, porque estão preocupados com o “efeito rebote”, e de alguns médicos que hesitam em prescrevê-lo, disse o Dr. Bernard Camins, especialista em doenças infecciosas do Monte Sinai, em Nova York.

 

“Precisamos estar mais dispostos a prescrever o Paxlovid como médicos”, disse Camins. “Algumas vezes os médicos dizem: ‘Oh, você não está se sentindo muito mal, não vamos fazer isso’. O problema é que pode ser tarde demais, no momento em que o paciente ficar doente mais gravemente.”

 

Em relação à infame recuperação da COVID-19, onde alguns pacientes desenvolvem COVID-19 novamente logo após a recuperação, que muitos associaram ao uso de Paxlovid, médicos como DR. Chin-Hong e Dr. Camins querem que os pacientes saibam, que esta recuperação é bastante típica, com ou sem o uso do Paxlovid.

 

E na temporada do vírus respiratório em particular, disse o Dr. Chin-Hong, o que você pode pensar ser um rebote dos sintomas da COVID-19, pode muito bem ser outro vírus, como a gripe ou o VSR.

 

 

Um vírus faz você ser mais suscetível de contrair outro?

A resposta curta é: depende de quem você é, quais atividades você faz e o momento da sua infecção.

 

Estudos sobre a COVID-19 mostraram, que pode haver danos a longo prazo ao sistema imunológico, após a recuperação de uma infecção. Por vezes, ter dois vírus de uma só vez, pode torná-lo mais doente, como foi o caso dos pacientes do Dr. Galiatsatos. Os pesquisadores também descobriram que os pacientes que testaram positivo para a gripe, tiveram um risco diminuído de testar positivo para a COVID-19; mas para aqueles que tiveram co-infecções, a doença foi muito mais grave, e deixou ainda mais danos a longo prazo para os pulmões.

 

Ter a COVID-19 é o denominador mais comum, quando se trata de pessoas com múltiplas infecções, disse Dr. Galiatsatos, devido à sua capacidade de invadir as células imunes, enfraquecendo os pacientes, e tornando-os mais vulneráveis de contrair outros vírus.

 

Mas ainda há muita coisa que não sabemos sobre co-infecções com a COVID-19, a gripe e o RSV. De acordo com o Dr. William Schaffner, especialista em medicina preventiva e doenças infecciosas na Universidade Vanderbilt, em Nashville, uma pessoa não é imunocomprometida, não é mais propensa a se infectar com outro vírus, se já tiver contraído um.

 

“Isso é, a menos que seus comportamentos os levem a uma maior exposição”, disse o Dr. Schaffner. “Se as pessoas não são vacinadas, não usam máscaras ou têm uma disposição comportamental pessoal para se expor constantemente a multidões, então elas são mais propensas a pegar uma ou mais dessas infecções durante o inverno.

 

“É simplesmente porque eles estão se expondo mais. Não tem nada a ver com o seu sistema imunológico.”

 

Referente ao artigo publicado em Medscape Pulmonary Medicine.

 

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