“Amar também é um encher-se de vazio”. Antes que algumas pessoas execrem, abominem, ignorem, reprovem, ou façam mau julgamento dessa reflexão inicial do texto, ouçam primeiro minha explicação. O amor é, sem dúvidas, e sempre será, a maior energia na vida de qualquer pessoa. Quando falo do “vazio do amor” refiro-me sobretudo, e principalmente, da instância do ser que deve avaliar o seu pensar, fazer, agir e ponderar acerca daquilo que se passa na mente. É esvaziar o psiquismo de pensamentos inadequados; revitalizar-se com a borracha que apaga palavras mal ditas; renovar-se pela capacidade eterna, que devemos alimentar, de jamais nos tocar pelo inadequado trato alheio; é um abastecer-se pela essência maior que o amor reluz e religa; é um encher-se de perdão e da habilidade de dar; é um revelar-se pelo “novo vazio”, que está cheio de tudo o que é bom, e seco daquilo que maltrata e nada vale. Captemos sim, em todos os instantes, a sina de também aprender o sofrer, e o amor, que ensina.
O silêncio, também me faz lembrar do vazio do amor; pois ele se traduz, muitas vezes, num sussurro do Criador. Para quem não entendeu a ideia deste texto, faço a lembrança de todo mal que deve ser extirpado da mente; e daquilo que flutua, de repente, na nossa condição de nos indignar por qualquer coisa simples que insulta ou atormenta. Que a alegria seja factível de ser continuada pela palavra melodiosa da paz, e pela paz da melodia que o verdadeiro amor traz. O amor congela ou resfria o que deve ser congelado ou resfriado; é um completar-se com aquilo que carece ser completado, e um esvaziar-se de qualquer algo que nos posiciona no sôfrego senso espiritual e existencial (esse que nos aprisiona e nos retira a condição de reagir). “Amar é ver com clareza” – há algo mais claro que o vazio onde enxergamos solução, e mais forte que a verdadeira essência de todos nós..?? Estamos aqui para curar, criar, sarar, sanar, ajudar, procriar, viver, bem-servir, e amar.
Todos nós, viventes neste mundo de andarilhos e bondosos corações, passamos por escolhas e caminhos, batalhas e decisões. O vazio do amor que vos falo, talvez seja também deixá-lo menos incomodado ou atarefado, para cumprir o seu verdadeiro, sublime e destacado valor (se é que isso seja possível). Algumas vezes, muitas pessoas dizem que o amor tolera e aceita tudo; mas decerto, e certamente, talvez isso seja uma ilusão e uma incerteza. Pois, o amor que ama diz não; o amor que sabe o seu valor impõe limites; o real fulgor de quem o conhece considera que amar também é consertar. Na ausência de teste, o vazio do amor está presente; quando o amor é testado ele se rejuvenesce e aprende com sua própria existência. Quem ama corrige, repara e ampara; sacrifica-se, mas cultiva paz no coração. Pare para refletir sobre tudo; aprender o que nos constrói e nos faz melhores; e não seja um inadequado julgador, nesse jogo para entender o amor. Sejamos fortes e corajosos; mesmo na fragilidade, ou trilhando abismos de temor – o vazio do amor também lembra isso…
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