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Do plantio de árvores às “cidades de esponja”: porque as soluções baseadas na própria natureza são cruciais para combater a crise climática.

O mundo natural sustenta a civilização humana em todos os cantos do planeta. Dos oceanos às florestas tropicais, das pastagens aos manguezais, os ecossistemas alimentam bilhões de seres humanos, produzem água limpa e fornecem materiais para abrigo. Enquanto o planeta aquece, cientistas e conservacionistas estão pedindo ao mundo que aproveite e restaure a natureza, para manter um planeta habitável.

 

 

O que é uma solução baseada na natureza?

Solução baseada na natureza é um termo genérico para usar o poder da natureza para mitigar o impacto das mudanças climáticas, beneficiando a biodiversidade e o bem-estar humano. Há milhares de exemplos: plantar árvores para proteger edifícios do calor; restaurar zonas úmidas para criar “cidades de esponja” que protegem as pessoas das inundações; plantar manguezais para conter tempestades nas regiões costeiras.

 

Os cientistas dizem que são uma opção barata e subutilizada para proteger a humanidade das crises ambientais do século 21, melhorando a segurança alimentar e da água, a saúde humana e protegendo as comunidades do clima extremo.

 

 

Por que precisamos dessas medidas?

O acordo de Paris não se trata apenas de limitar o aquecimento global. Também inclui compromissos de mitigação e adaptação a um mundo mais quente, onde inundações, secas e grandes tempestades serão mais comuns e intensas, devido a maiores concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera a partir de combustíveis fósseis.

 

A natureza pode nos manter a salvo dos piores efeitos em muitos casos. Por exemplo, em muitas partes do mundo, espera-se que as chuvas se tornem irregulares, chovendo demais em algumas regiões, e chovendo muito pouco em outras. Usar a natureza para conter mais água no solo, seja através da expansão de zonas úmidas ou até mesmo reintroduzir castores perto de áreas urbanas, para que suas barragens possam retardar o fluxo de água, pode melhorar a resiliência à seca e às inundações.

 

 

Por que a biodiversidade é tão importante?

Muitos cientistas alertam que o comportamento humano está impulsionando a sexta extinção em massa da vida na Terra, com 1 milhão de espécies em risco de desaparecer. Isso, por sua vez, está degradando a capacidade do planeta de suportar a vida e o bem-estar humanos.

 

Por definição, ecossistemas resilientes e completos estão cheios de plantas, animais e outros organismos, que seus equivalentes degradados e destruídos não possuem. Por exemplo, uma plantação de uma única espécie de árvore suporta muito menos vida, armazena muito menos carbono e fornece uma fração bem menor dos benefícios ambientais, em comparação com uma antiga floresta de crescimento que permaneceu por milhares de anos.

 

Se as soluções climáticas não aproveitarem a riqueza total da natureza, muitas vezes serão menos eficazes e proporcionarão muito menos benefícios. Como tal, às vezes, a solução mais simples e eficaz é garantir que um ecossistema completo permaneça em pé.

 

Existem dezenas de exemplos que demonstram a importância da biodiversidade, e como ela pode ser aproveitada. No interior português, que é uma paisagem dominada por plantações de eucalipto não nativas, que sofreram incêndios florestais mortais, as comunidades estão plantando espécies nativas de queima lenta, perto de cidades e aldeias, para ajudar a minimizar os danos e manter as pessoas a salvo de futuros incêndios.

 

 

Quanto é que a natureza pode ajudar?

A natureza pode desempenhar um papel significativo na mitigação e adaptação à crise climática. Os oceanos e a terra absorvem mais da metade de todas as emissões humanas de gases de efeito estufa a cada ano, e muitos pesquisadores acham que poderiam fazer ainda mais, à medida que o mundo se descarbonize. Mas sua capacidade de fazê-lo é ameaçada pelo colapso climático, com enormes florestas tropicais como a Amazônia em risco de colapso.

 

Um estudo recente sobre as florestas do mundo descobriu, que o equivalente a 50 anos de emissões dos EUA poderia ser sugado para baixo, deixando-as envelhecer e restaurando ecossistemas degradados. Mas há ressalvas significativas: os cientistas alertam que a monocultura de plantação de árvores em massa, para usá-las como compensações de carbono, não ajudará as florestas a realizarem todo o seu potencial. E há incertezas sobre como o mundo natural reagirá a um planeta mais quente.

 

 

As soluções baseadas na natureza são uma alternativa para reduzir as emissões?

– Não. O colapso climático é, em si, uma ameaça à natureza e um dos principais impulsionadores da perda de biodiversidade. A capacidade da natureza de nos ajudar a adaptar e mitigar o aquecimento global, provavelmente se degradará, à medida que emitirmos mais gases de efeito estufa.

 

Referente ao artigo publicado em The Guardian.

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