O que é pensar demais? Pensar demais, literalmente “pensar demais”, representa um fenômeno muitas vezes associado à ansiedade incômoda e que cria inúmeras dificuldades na realização das atividades diárias. O fenômeno do pensamento excessivo pode ser definido como uma sucessão contínua e infinita de pensamentos, fenômeno que cada um de nós pode vivenciar em diferentes momentos da vida. Na verdade, a sua presença não é necessariamente patológica: por vezes está ligada a um momento ou problema específico a resolver, ou a um período particularmente intenso em que sentimos necessidade de ter em mente uma grande quantidade de informação por razões organizacionais.
Às vezes, porém, pode evoluir para ruminação, uma forma de pensar muito mais prejudicial. Em particular, existem três tipos diferentes: foco no passado: os pensamentos estão focados em imaginar diferentes resultados de eventos vivenciados, pensando, por exemplo, que uma decisão diferente poderia ter sido tomada ou alguém poderia ter se comportado de forma diferente em determinada situação; focar no presente: neste caso o pensamento é uma avaliação constante do que nos rodeia, se aquela relação está certa, se algo está sendo feito da melhor maneira possível, e é dada especial atenção aos elementos de sofrimento e desconforto; foco no futuro: os pensamentos estão principalmente ligados a preocupações, previsões e expectativas, geralmente caracterizadas por um bom grau de pessimismo; Consequências de pensar demais como vimos, pensar demais não representa necessariamente um fenômeno patológico. Quando assim é, porém pode criar um terreno fértil para o desenvolvimento de sofrimentos e de psicopatologias reais.
Em particular, está muito ligado à necessidade de algumas pessoas manterem o controle sobre si mesmas e/ou sobre as situações. Precisamente por esse motivo, descobriu-se que alguns distúrbios estão fortemente correlacionados com esse tipo de pensamento excessivo: Transtornos de ansiedade: como ansiedade social, ansiedade generalizada, hipocondria e especialmente TOC, Distúrbios alimentares, Depressão, Vícios.
Se a psicopatologia não se desenvolver, esta forma de pensar ainda pode produzir uma série de consequências desagradáveis, tais como: estresse ansiedade, cansaço insônia, fadiga dificuldade de concentração, dor de cabeça Ferramentas para gerenciar o pensamento excessivo para gerenciar o pensamento excessivo é importante, antes de tudo, entender que: pensar incessantemente sobre um problema não nos levará necessariamente à sua solução; gastar grandes quantidades de energia mental pensando sobre diferentes resultados de eventos passados não só não mudará nada, mas também amplificará sentimentos negativos; não somos obrigados a parar e ir atrás de cada pensamento que passa pela nossa cabeça, estes não são conceitos fáceis de compreender quando pensar demais é hoje uma constante, por isso muitas vezes é necessário apoio psicológico.
Para quem tem mais facilidade em trabalhar individualmente esse fenômeno, pode fazer uso de algumas ferramentas: cuidar da higiene do sono: um melhor descanso permite-nos ter maior energia mental para gerir os pensamentos e resolver problemas; expressar esses pensamentos: escrevendo-os ou dizendo-os em voz alta (para si mesmo ou conversando sobre eles com alguém), será mais fácil nos afastarmos desses pensamentos; adiar o pensamento excessivo: identifique um momento do dia para se dedicar a esses pensamentos, comprometendo-se a adiá-los sempre que surgirem em outros horários, de modo a reduzir o tempo dedicado; praticar mindfulness: permite-nos aprender a ganhar consciência e “controlar” os pensamentos, para nos concentrarmos no aqui e agora.
Rossana Köpf – psicanalista
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