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Chão de Deus

Pisando o chão da vida e do tempo, e sobressaltando o entusiasmo e enlevo das sublimes ações que fazemos todos os dias, vamos entendendo e admirando a todo o momento, a grandeza e beleza do chão maior, que temos que admirar – a leveza, singeleza e sutileza, da natureza. O farfalhar dos pássaros, borboletas e outros seres, voando para todo canto, cheio de encantos e cores para nos iluminar; e ficando adiante como se conosco quisessem conversar; as árvores se mexendo, numa melodia recheada de sons, pingos e respingos, e frutos, para nos saciar e acalentar, captando o vento ou a chuva que está a lhe banhar; o brilho encantador do céu com cores variadas para nos fascinar e deslumbrar; o rastro do tempo mudando tudo que nela há; os passos que passeamos avante, sempre guiados pelo cheiro do ar, da terra e do aroma, do mar da alegria, perfumando todo o lugar. Aprimoremos também o valor da portentosa oração – a (natu)reza é forte e transformadora; e transforma a dor, pela sua sublime intervenção.

 

Quanto mais vivemos, vivermos e vivenciarmos a fortaleza que há na natureza, e no instante do extraordinário presente de tudo que sentimos pelos sentidos, mais teremos a capacidade de enaltecer esse belo “chão de Deus”, que estamos a meditar, filosofar e espalhar, nos arremessos e arremedos deste escrito. Quantos elementos existem na verdadeira essência da natureza, que não conseguimos ver na sua sublime presença real..?? Passear na imaginação e na realidade da natureza, é um rechear-se de paz, e encher-se de um vazio sem dor, e cheio de amor. As frestas do sol, e do brilho da lua, e as sombras e luzes migrantes e dançantes, que transformam a nossa capacidade de admirar o belo, é um ponto alto para se revelar e relevar. Que este texto seja um convite e um chamamento a tantas pessoas estáticas e dormentes, em seus escondidos mistérios, para despertá-las ou acordá-las da ignorância ou do desprezo, desse rico admirar, do belo que precisamos contemplar.

 

O amor do chão de Deus traz luz, paz, consolo, entusiasmo e alegria; ele regenera o perdão e acaba com a sombra da escuridão, de tantas mentes sofridas, invisíveis ou esquecidas que se enclausuram no medo de suas sofreguidões. O amor é a solução, energia maior do mundo, de tudo que traz boa razão. É o caminhar na esteira da diversão, do contentamento, do humor e da animação. É renovar amizades e achar o remédio da necessidade, barato, sem limitação e em todas as farmácias do coração. A natureza, que alberga o chão maior de Deus, que seja cheia do brilho da real consciência, essa que verdadeiramente nos aproxima da essência maior divina. Vendo e relendo, nas páginas da vida escritas no vento, a primazia que existe na inocência infantil, na simplicidade do que percebemos, e na fortaleza da sagrada existência humana, captamos o valor do explícito amor escondido e espalhado, no chão de Deus paternal; o amor divino é sublime.

 

 

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