palavras insanas
não pronunciadas
são brasas
que queimam a garganta
corroem as vísceras como um ácido
acorrentam as diversas almas
que existem em mim
almas congeladas pelo medo
do grito não dado
olhar vermelho de espantalho
na face o espanto
do fato nunca consumado
em meio ao revoar de corujas
e corvos,
o amor em meu peito
mumificado
a palavra que hoje não sai pela boca
amanhã me mata
asfixiado
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