Salgados e sagrados

A instabilidade emocional e o desconforto psíquico, que estaciona as pessoas no maremoto de medos, dúvidas e ânsias descontroladas, é algo que precisamos saber dominar ou contornar. Certa vez, vi uma mensagem interessante e instigante, que falava de três grandiosos líquidos salgados, que são deveras importantes neste processo de auxiliar a mente desarmônica e desequilibrada, pelas nuances da vida, do sofrer, e das dores do viver. E quais seriam esses três líquidos..?? Expostos de maneiras distintas, cada um deles tem o seu singular e individual valor, seu específico sentido e significado. Enumero aqui essa triade – mar, suor e lágrima.

O mar se refere ao contato com a natureza e a capacidade anti-inflamatória de se posicionar para nos alegrar, para nos sociabilizar, e para nos ensinar a grandeza das coisas do mundo; e ao mesmo tempo, a sua singularidade, sentido, poder e valor. Aceitemos as dores e vivamos em paz; pois, somos em essência, uma gota do mar, e um sopro no ar. Outro líquido salgado que é deveras sagrado, é representado pelo suor; ele traz embutido o fazer o que nos agrada, o montar e desmontar na mente o portentoso poder do trabalho; o espiritualizar-se, e o alegrar-se pelas vitaminas e aromas vindas das atividades físicas; e o produzir pela força da ação e da missão escolhida o efeito da dignidade que ele faz. Pelo suor da vida é fabricado e se cria, um nobre combustível da sua estrutura e fundamento maior.

Um terceiro líquido, e não menos precioso, é o curador e transformador poder da lágrima. Essa que é derramada quando migramos nas veredas da emoção, da saudade, e até mesmo de muitas coisas, que não são entendidas pelo coração. O mistério do seu valor, mesmo o amor, não explica com fervor, seu fascinante, cortante e abundante fulgor. Sabe-se que a lágrima precisa ser descarregada quando assim necessitamos; e não carece ser considerada com alentos de dor e sofreguidão. Têm pessoas que tomam remédios ansiolíticos ou antidepressivos, e que ficam estagnadas pela impossibilidade de chorar; e precisam parar tais medicamentos para, curiosamente, se curarem pelas lágrimas.

Vivendo os testes das perdas, provações e privações, lembremo-nos sempre desses três líquidos surrados, sarados, salgados, e sagrados.

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