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Ciúme retrospectivo é a síndrome de Rebecca

Depois de várias leituras, fico na minha curiosidade: Você se considera uma pessoa ciumenta? Antes de responder, saiba que existem vários tipos de ciúme… Ciúme pontual (considerado até certo ponto “normal”, é o mais comum entre casais; geralmente está relacionado a situações específicas e uma conversa quase sempre resolve o problema); Ciúme proposital (provocado por um parceiro inseguro e que tem a necessidade de se autoafirmar); Ciúme patológico (devido a um sentimento de desconfiança constante.

 

O ciúme retrospectivo também é conhecido como Síndrome de Rebecca, termo que faz referência ao filme “Rebecca”, de Alfred Hitchcock que, por sua vez, é inspirado no romance “Rebecca, a mulher inesquecível”, de Daphne du Maurier. A obra conta a história de uma mulher atormentada pelas lembranças da primeira esposa do seu marido, já falecida. De fato, quem sofre deste tipo de ciúme se torna obcecado pelos fantasmas dos “ex”, na maioria das vezes, pessoas imaginárias. São constantes os pensamentos obsessivos, imagens intrusivas, alterações de humor, ansiedade, paranoia, medo, raiva…

 

A pessoa começa a fazer perguntas recorrentes sobre o ex, averiguando detalhes da relação anterior, tentando chegar à “verdade” do que “realmente aconteceu”, comparando constantemente, e insistindo em falar do passado sexual do outro, além de querer conhecer a opinião de amigos e familiares. Lamentavelmente quem vive de passado é museu, essa síndrome acontece raramente ,e precisa ser analisada por uma banca grande de psiquiatras.

 

A síndrome de Rebeca se agrava quando o término se deu por fatores tais como distância física, e não por conflitos inerentes ao relacionamento. Com o advento das mídias sociais o ciúme retrospectivo se torna ainda mais intenso. Facebook, Instagram e Twitter, tornam-se ferramentas tentadoras, fáceis e eficientes para checagem de perfis alheios. Há histórico de posts, comentários e imagens do passado do outro. Em pouco tempo, a vida de casal se converte em um trio, no qual a sombra do parceiro anterior está sempre presente. Na maioria das vezes, o ciúme retrospectivo causa um profundo desgaste no relacionamento, provocando aquilo que o ciumento mais teme: o término da relação. Em casos mais graves o relacionamento pode, inclusive, se tornar abusivo. Lidar com a Síndrome de Rebecca pode ser difícil e ter sérias repercussões para a saúde do relacionamento do casal. Para tratá-lo, pode ser necessário uma intervenção tanto a um casal quanto a um indivíduo no caso da pessoa afetada.

No primeiro caso, recomenda-se incentivar a comunicação sobre o relacionamento atual, trabalhar sobre a possível insatisfação que possa existir e ver e valorizar os aspectos positivos dele e por que eles estão juntos. Também terá que ser avaliado se estivermos lidando com uma comparação que a pessoa faz com a Síndrome unilateralmente ou se é seu parceiro sentimental, o ambiente ou o ex-parceiro que ativamente gera (já que também é possível) a comparação.Também tem que levar em conta não enfatize as características de relacionamentos passados nem para detalhá-los em grande medida, uma vez que pode facilitar comparações, e especialmente se há aspectos que são insatisfatórios no atual. Não se trata de negar relacionamentos passados, apenas não entrar em muitos detalhes neles. Mas, sem dúvida, o mais importante será o trabalho no nível individual. Será necessário trabalhar a autoestima e o autoconceito, o que significa o casal para a pessoa com a síndrome e por que eles consideram que têm ciúmes de seus relacionamentos anteriores. Também é necessário falar sobre as consequências e dificuldades geradas pela situação de ciúme do casal.

 

Por outro lado a presença de atitudes controladoras e persecutórias pode ser avaliada e trabalhada, além de reestruturar as crenças que o sujeito pode ter sobre sua pessoa, seu parceiro e os ex-parceiros (especialmente se forem apresentados como idealizados).Por isso devemos ter cuidado ao escutarmos que alguém matou por ter supostamente a síndrome de Rebecca.

 

Rossana-Kopf psicanalista

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