A porta que abre o brilho da mente é lacrada pelo cadeado do silêncio, que trava a solução. Traduzindo esse aforismo – tenho a sensação que, na maioria das vezes, silenciar o que poderia ser desenhado, retratado e resolvido por uma boa conversação, cria mais frequentemente, conflitos na mente do que paz no coração. Decerto, que estudando um gigante tratado acerca do silêncio, que se esconde na minha singela mente, vejo ocasionalmente, que a gangorra entre o calar e o falar oferece ou concebe muitas veredas diferentes para considerar. Será que se viajarmos nossa capacidade de imaginação pelas frestas ou estradas que trazem serenidade, e dissolução de dúvidas e medos, estaremos mais tranquilos quando buscamos o diálogo e a conversação..?? Ou carecemos nos apegar e crescer pelo poder do silêncio, que dilacera incertezas, esfria a alma, e congela o coração..?? O silêncio cura e acalma, ou cala a cura..??
Muitas pessoas serenam suas mentes diante de inquietações parando a boca, silenciando, desprezando a sublime e excelsa capacidade de diálogo e de falar; e preferem silenciar, parar a lábia e a língua. Bernand Shaw cita que “o silêncio é a perfeita expressão do desprezo”. Questiono muito, mas não sei se estou certo ou equivocado, será que por intermédio dele, as pessoas abrandam as dores do coração, e aquietam a alma e a angústia psíquica..?? Ou talvez aumentem o tempo de remelexos no inconsciente a ponto de se demorar para obter a paz estimada, e sem querer, flutuam seu pensar por dores indesejadas..?? Como é possível considerar que desprezar o alheio (pelo silenciar) traz esse conforto, ou alimenta mais intensamente leveza no espírito..?? Conviver num ambiente de amor afasta doenças, traz serenidade, e prolonga a dignidade na vida. Muitos silenciam o querer, e alimentam o sofrer. Silenciar é também matar palavras que salvam; ou o silêncio traz clareza..??
E o que é, de fato, a essência do silêncio. É um silenciar para pensar, agir e decidir. A presença dele, para alguns é uma covardia; para outros, uma salvação; para muitos, uma necessidade; e para poucos, um algo desprezível e sem precisão. Quando silenciamos aquilo que imaginamos ser resgatador perdemos uma grande chance de resolver pela palavra o que nenhum silêncio soluciona. A vida tem muitas nuances. Decerto, se perguntássemos se o silêncio ou a palavra seria a mais adequada resposta para um problema a ser resolvido, não obteríamos com exatidão, para uma específica situação, a melhor explicação ou conclusão. O silêncio é factível de ser o caminho mais acertado; ou não..?? O silêncio traz mais decepção e frustração, ou consolo e tradução..?? Provavelmente, o sussurro da inconsciência se escuta mais solenemente no silêncio; e o da consciência, pela palavra. Que a essência dele seja um grande professor para nos auxiliar a perseverar na rodovia da vida – esse nobre rastro e testemunho de amor.
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