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Risco de diabetes aumenta para adultos que tinham uma queda por doces quando crianças

É uma notícia difícil de ouvir no Halloween: uma dieta rica em açúcar nos primeiros dois anos de vida, está associada a um risco maior de diabetes e pressão alta décadas depois, de acordo com uma análise do racionamento de açúcar do Reino Unido, na década de 1950.

 

A quantidade de açúcar que uma criança consumia, após completar seis meses de idade, parecia ter o maior efeito no risco de desenvolver uma doença crônica, mais tarde na vida. Mas as pessoas expostas a mais açúcar no útero, também tinham um risco maior de diabetes e pressão alta, em comparação com aquelas que foram concebidas, quando o acesso ao açúcar era limitado.

 

A economista Tadeja Gračner estava grávida de seu primeiro filho, e em repouso na cama por ordem médica, quando ela e seus colegas chegaram a essas conclusões, que foram publicadas na Science em 31 de outubro. “Eu estava tipo, ‘Não, não, não. Essa é a última coisa de que preciso.'”, diz ela. “Eu provavelmente estava comendo um chocolate na época.”

 

Os resultados não significam, que grávidas e pais de crianças pequenas, precisem eliminar açúcares adicionados de sua própria dieta ou da de seus filhos, diz Gračner, que trabalha na Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles. Mas pode haver espaço para cortes: nos Estados Unidos, grávidas e lactantes, geralmente comem mais de três vezes a quantidade recomendada de açúcar adicionado. “É tudo uma questão de moderação”, diz ela.

 

 

A longa sombra da dieta infantil

 

O estudo do Reino Unido, não é o primeiro a vincular a nutrição no início da vida, ao risco de doenças mais tarde na vida. Trabalhos anteriores mostraram que, passar fome enquanto ainda no útero da mãe, também pode dobrar o risco de diabetes mais tarde na vida.

 

Mas dados de tragédias, como fome e guerra, podem ser difíceis de interpretar, diz Valentina Duque, economista da Universidade Americana em Washington DC. “Frequentemente, esses grandes choques históricos afetam muitas coisas”, diz ela. “Você não sabe o que é por causa da nutrição, ou estresse, ou mudanças na renda ou dinâmica familiar.”

 

O racionamento de açúcar no Reino Unido, ofereceu uma oportunidade de analisar mais detalhadamente, o impacto da nutrição na vida adulta. As dificuldades econômicas durante a Segunda Guerra Mundial, forçaram o governo a instituir rações alimentares, e os limites de açúcar não foram suspensos até 1953, anos após o fim da guerra. Naquela época, a maioria dos outros aspectos da nutrição, havia se normalizado para atender às recomendações diárias padrão.

 

Gračner teve a ideia do projeto pela primeira vez anos atrás, quando se deparou com um artigo sobre o levantamento das rações de açúcar no Reino Unido, e viu fotos de crianças inundando padarias quando as restrições acabaram.

 

Quando Gračner começou seu próprio grupo de pesquisa, e começou a montar uma proposta com seus colegas para estudar o evento, outra ferramenta estava disponível: o UK Biobank, um repositório de dados genéticos e médicos, de meio milhão de participantes. Depois de confirmar que a ingestão de açúcar havia aumentado drasticamente após o levantamento das rações, a equipe explorou o biobanco em busca de pessoas que haviam sido concebidas entre outubro de 1951 e junho de 1954, quando as rações estavam em vigor. Eles então compararam a saúde dessas pessoas, com a saúde de pessoas que foram concebidas entre julho de 1954 e março de 1956, depois que as rações foram removidas.

 

 

 

Efeito inegável

 

Os pesquisadores descobriram que as pessoas concebidas durante as limitações de açúcar, tinham um risco 35% menor de diabetes e um risco 20% menor de pressão alta, do que as pessoas concebidas após o racionamento.

 

A magnitude do efeito é surpreendentemente grande, diz Duque. “É inegável”, ela diz. “A grande mudança aqui tem a ver com o açúcar.” Duque diz que os resultados devem dar combustível aos esforços para educar as grávidas, sobre a importância da boa nutrição.

 

Gračner concorda que a educação é crucial, mas não quer que pais ansiosos reajam exageradamente às suas descobertas. “As grávidas já têm muito com que se preocupar”, ela diz. “Se for só um pouco de açúcar aqui e ali, todo mundo vai ficar bem.”

 

 

Referente ao artigo publicado em Nature

 

 

 

 

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