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Sublimidade da simplicidade

Quanto mais simples vivermos o viver da vida, mais felizes seremos. Como ingressar no mar da simplicidade, quando somos inseridos a todo o momento numa avalanche de informações, num tsunami de novidades, e na tempestade de coisas que migram das redes sociais, que sem querer querendo, tiram muitas pessoas desse céu da simplicidade..?? Lembro sempre a referência e a potência, vinda das palavras do meu amado sogro quando dizia com naturalidade, e com uma profunda expertise espiritual, a seguinte afirmação: “rico não é quem tem muito; é quem precisa de pouco”. Perscrutemos mais, a singeleza da beleza da humildade, por onde andarmos e em todo o momento. A simplicidade e a despretensão fazem bem à mente.

 

Cá com os meus botões pensantes, fico a meditar a profundeza do valor que há na simplicidade. Isso não significa que carecemos desprezar o que instiga boas reflexões, mesmo que não seja tão simples compreender. A simplicidade nos posiciona na relva da facilidade (que aparentemente é mais elementar, trivial e compreensível para obter). Exponho no pedestal do simples aquilo que agrada, que faz cócegas na alma, que nos estimula a sorrir, que alivia e serena medos, que desperta a paciência e a calma. O suave usual vem da inexistência dos limites, ou, da presença da eternidade. Louvo aqui o valor da simplicidade da alma jovial, da renovação da gentileza e cordialidade, daquilo que faz com que sejamos alegres presentes, e estejamos em paz; e a força e valor da experiência, do idoso que olha, abaliza, ajuda, analisa e passa a coragem do viver pela palavra e pelo ser, que se torna e se refaz.

 

Existe simplicidade na grandeza, no poder e na riqueza; mas talvez poucos grandiosos e poderosos ricos têm essa concepção e entendimento. Ela permanece nobre na bonança, na firmeza e na fortaleza. Quanta sublimidade existe na flor que se abre sem esperar saber que será admirada; na força do pássaro que canta para expressar algo do encanto que ninguém concebe dimensionar; na singeleza dos pequenos gestos servis, silenciosos, sinceros e singelos que para a maioria passa despercebida. Quanta beleza existe na simplicidade da cumplicidade, fidelidade e lealdade, do se colocar (com naturalidade) na posição alheia sem precisar ser despertado. Quanta pureza há no amor da inutilidade, de se fazer o bem, e mesmo assim receber grosseria e brutalidade, da imatura maturidade (que acontece no Alzheimer, por exemplo, ou vinda de tantos seres infantis da humanidade). Aqui rememoro e exalto a natureza, e sua leveza desigual, que abrilhanta o olhar e exorta o valor do ser, servir, ver, viver, fazer e existir.

 

 

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