Poço de alegria

Há pessoas que carregam e transbordam na sua alma, um caldeirão, uma enxurrada e uma cachoeira de felicidade na jornada alheia. São poços de alegria; e por onde passam deixam um rastro de felicidade, de boas fantasias na mente dos seus semelhantes; volatizam e pulverizam brilho e calma na vida de todos. Mesmo que o adubo ofertado pela palavra não seja tão transformador, valorizemos as raízes da essência que trazem luz, beleza e amor. Eventualmente, somos fulminados por treinos, testes e tentações que carecemos controlar, contornar, coordenar e conter, pelo nosso ego distraído. Permanecer próximo de quem carrega em si um oásis de aurora e de alegria, é motivo para reenergizar o psiquismo que vagueia no desconhecido, ou que se concentra ocasionalmente, no indevido, e na magia da vida. É muito bom sermos atravessados pelo coração de criaturas bondosas, motivadoras e generosas.

Quando somos feridos e abatidos por intempéries, dificuldades ou dores que imaginamos não ter a condição de domar ou dominar, recordemos sempre desse poço, que requeremos ter por perto. Humanos, somos cheios de falhas. Corrijamos as curvas ou deslizes, que sabemos não serem tão aprazíveis para o viver – pelo nosso bem e de todos que estão do nosso lado. A Bíblia referenda que “a alegria do homem torna mais longa a sua vida… a tristeza matou a muitos, e não há nela utilidade alguma”. Por isso mesmo, ingressemos sempre, nas frestas de tudo que nos posiciona na fileira da alegria, e escorreguemos sem temor, pelo desfiladeiro da vida, que traz para a consciência, uma frondosa harmonia. A alegria contagia; a alegria cria sedução e magia no viver, a alegria nos posiciona na estrada da paz e do prazer. Vivamos a essência de um espírito sorridente; que a todo o momento exubera o valor do amor e da gratidão eloquente.

Algumas vezes, filosofo sobre a concepção de muitas pessoas terem que banhar-se no poço da alegria; rememoro, porém, a ideia de que esse poço, na maioria das vezes, está ingresso dentro de nós mesmos. Espalhemos amor. Quando estivermos mergulhados em temores, inquietudes e dores que não conseguimos entender, lembremo-nos que entre a escolha e o desejo, existe a ação (essa que nos concebe o poder da decisão e da reação). O que resiste na prática, com grande veemência, que a ciência e a sabedoria percebem, é uma energia que empurra as pessoas para o poço da sofreguidão. Há, entretanto, uma força maior e mais poderosa, que se enclausura e se aprisiona no poço do viver, e que precisa ser enfatizada, vivida, realçada e ressaltada. Esse texto fala também sobre isso – poço de alegria – esse presente que guardamos num canto secreto do pensar e do agir; e que sempre precisamos louvar no porvir.

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