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Chão da Paixão e Aroma do Amor

Há diferenças sutis, ou extremamente distantes, entre a profundidade contida no amor, e a rasante energia vinda da paixão. Uma, é o semblante de alguma coisa que se fez na poeira do desejo, ou na flâmula escondida da vontade; e a outra, foi testada na rocha da verdade, que se constrói pelo rastro dos acontecimentos mais sólidos da mente. A paixão é um gozo, um prazer, uma temporária ilusão, e uma desorganização; enquanto o amor não faz doer, não destrói, é uma construção e uma inebriante razão, erigidas pelo semeio de algo que se solidifica com o tempo. “O amor dá mais chão”. Uma delas, escorrega no corrimão das bordas do abismo do arrependimento; e a outra é fortalecida pela essência que aflora da consciência. Flutuar e gangorrear o que vem do chão da paixão com o aroma do amor, é também entender um pouco a essência real que a própria vida ensina. É necessário que busquemos nos apaixonar pelo que fazemos e pelo que vivemos; e que eduquemos a nossa mente para aceitar também os arroubos dos amores, das paixões, ou acontecimentos indesejados. A paixão nos faz flutuar no tempo, mais intensa e emocionalmente; e cria ou estaciona fatias de alguns todos, que curiosamente são factíveis de serem maiores que o todo do todo, contido no amor.

 

Certa vez, indaguei para um dos meus criativos e inteligentes professores, da psicoterapia, numa aula que discorria sobre os enlaces do prazer desmedido, e da razão freada pelo bom senso, se não seria possível dominar os efeitos corrosivos do fim de uma paixão (que muitas vezes, se manifesta sem limites e sem medos, mas com dores lancinantes). Ele, de pronto me respondeu, sem titubear e sem arrodeio – se você, com sua inteligência, conseguir frear os trâmites que se escondem no fim das névoas de uma paixão, isso jamais será paixão; pois a característica real dessa fração da mente que sofre, aprende ou se exacerba pelo provável prazer sem fim e sem medidas, não se consegue delimitar pelo psiquismo que pensa com razão. É bom viver paixões, treinar porém, a singela mente que se robustece pela alegria do prazer sem controle, também carece ser efetivado. Nenhum ser consegue definir com precisão, se a dor e o desprazer do fim de uma especifica paixão, é maior ou mais lacerante do que a mesma situação do fim de um amor, cheio de sonhos, alegrias, missão e valor. Cada dor é única; cada ser é único; cada circunstância é única; e cada valer a pena também o é. Na falta de um justo juízo é factível de aparecer um injusto prejuízo.

 

Parece, que quem se arrisca mais a viver os caminhos das paixões sem controle, vivencia mais intensamente, experiências de amor e de dores, que valem a pena viver. Pois a vida tem sim, um limite e um fim, assim como as paixões aparentam possuir, um deslimite e um algo assim..!! A paixão traz mistérios que não vemos no amor (viva o vice-versa). O amor é mais durador; a paixão, parece que faz durar mais a dor (repito – aparenta). Permitamos nos apaixonar pelo que fazemos; pois da construção da energia vinda desse pensar, haverá de ver, ter e sentir, o brilhar e o aromar o mundo, com muitas boas fantasias e alegrias. Diz-se que a paixão é mais instantânea e moribunda; e presume-se que ela também seja mais silenciosamente espontânea, e incomensuravelmente profunda. Tudo tem uma razão de ser – assim diz o ser que ama, e o que se apaixona. Dominemos as nossas escolhas e de algum modo, freemos nossos aceites incontidos ou transformemos nossas percepções. A balança da vida pesa mais para o lado da paixão ou do amor..?? Sem dúvidas, a energia mais preciosa do ser, se escreve no amor; na paixão porém, são redigidas páginas que se escondem na eternidade, e na eterna idade nossa de cada dia. O chão da ação, que pisamos, deve ser mais forte do que o aroma da intenção, que sentimos e desejamos.

 

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