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Ouvido doce

Num processo de terapia, na abordagem de um amigo resgatador, na ação de um familiar que auxilia no combate de qualquer dor, o que é sublime e soberbamente valioso é encontrar um ouvido escutador, que tem a suave humanidade de ser doce, e a condição de ser solidário e empático com o alheio. Muitas pessoas hoje são deverasmente carentes de encontrar um ouvido assim; que seja apto para escutar reclamos e traduzir sofrer, que compreende a dor que a mente esconde, e que tenha a percepção pela oitiva e audição para transformar a boa ação e decisão de outrem. Precisamos escutar, ouvir e falar, com o silêncio que brota da alma e do coração, iluminados para amar.

É muito frequente existirem cursos de oratória e como ensinar a falar em público, dar palestras, e ministrar pela palavra, assertivas relacionadas a diferentes assuntos. É muito mais raro, entretanto, a presença de cursos de “escutatória”, onde somos treinados mais intensamente para perceber e acatar o que o outro fala. Há, em geral, uma certa ânsia para dialogar e discorrer; para dissertar com rapidez o pensamento que se esconde na mente; para revidar com altivez uma assertiva dita; para retrucar o que foi falado pelos outros. Parece que é no sossego e na quietude treinada, onde se enclausuram respostas mais inteligentes e adequadas, e onde a presença do ouvido doce se manifesta mais intensa e rapida”mente”.

 

Todas as vezes que formos inquiridos e perguntados sobre algo a considerar, perscrutemos e auscultemos a intimidade da alma e o cerne do espírito, para avaliar, ponderar, respeitar, examinar e refletir o que está sendo conversado. Em muitas ocasiões, apressamos para responder o que é indagado ou falado, e corremos o risco de oferecer uma resposta desastrada, e menos eficiente do que aquela que vem depois de uma pausa ponderada, ou de uma generosa apreciação. Quando colocamos o coração para participar do diálogo, ele tende a frear impulsos e desarmar equívocos inadequados. Embriaguemo-nos pela alegria, pela escuta alheia, e pelo ser que construimos todos os dias. Louvemos o ouvido doce, que abranda a dor e está abarrotado de amor.

 

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