Ter, ser e perder

Tecer a vida com a maestria que os grandiosos seres inteligentes nos ensinam, passa pelo prisma de valorizar o que somos, o que fazemos, o que construimos para quem está perto da gente, o que seremos, e o tudo que vivemos no nosso dia a dia. A todo o momento gangorreamos no pensar, a razão e a emoção, o sentimento e a ação, o desejo/limite e a decisão, o erro e o acerto, a palavra e o silêncio, a alegria e a melancolia, o estar aqui e d’uma hora pra outra, não mais estar. Qual a importância do que fazemos no nosso cotidiano, e da nossa capacidade e habilidade de julgar ou pensar sobre tudo, ou sobre nada..?? Quão grandioso é o poder de agradecer, e do bom aprender..??

Precisamos trabalhar muito na mente a balança do ter, do ser, do valorizar o servir, e do ter cautela com o perder; pois a tríade que mais manipula a mente, desde os primórdios da formatação do psiquismo, passa pelos efeitos da perda, da mudança, e do medo. As coisas têm um específico valor antes de tê-las; curiosamente alcançam algo diferente quando são conquistadas; e apresentam um incomum gigante poder na mente, quando são perdidas. O amor deve ser maior do que qualquer energia vital. Mesmo que estejamos atravessando caminhos tortuosos com espinhos que ferem lancinantemente, jamais desviemos nosso agir da estrada da bondade e daquilo que o bem carrega em si.

Dominemos o segredo para domar a mente, e jamais nos tornemos escravos dela. As vozes que flutuam no pensar, sem querer, sem poder e sem pestanejar, não são de fato o ser que somos – o que verdadeiramente somos é aquilo que as observam. Alguns podem e não querem; outros querem e não podem. A gangorra da ética representa ter um sereno malabarismo com os verbos do poder, do querer, do fazer e do dever. No perder, sabemos sim, que grande parte do sofrer acontece pela nossa inaptidão da aceitação, e por querer controlar o incontrolável, que independe de nós. Sejamos luz e amor por onde passarmos; isso volta de outra maneira – mesmo que demore o reencontro desse retorno.

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