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Santas Casas de Misericórdia: História, Expansão e Desafios Contemporâneos

As Santas Casas de Misericórdia surgiram inicialmente em Portugal no final do século XV, fundadas pela Rainha Leonor, como instituições voltadas à caridade e assistência social e médica aos mais necessitados. Desde então, essas instituições ganharam destaque não apenas em território português, mas também nas diversas colônias portuguesas espalhadas pelo mundo, especialmente no Brasil.

 

Com a expansão marítima portuguesa, as Santas Casas estabeleceram-se em colônias da África, Ásia e, com grande relevância, nas terras brasileiras, desempenhando papel fundamental na assistência à saúde, atendimento aos pobres e órfãos, além de amparo a idosos e enfermos. No Brasil colonial, as Santas Casas representaram as primeiras instituições hospitalares estruturadas, sendo fundamentais na assistência médica antes mesmo da existência de um sistema público organizado. Seu modelo filantrópico se destacou pela solidariedade comunitária, mantida através de doações e contribuições da sociedade local.

 

Ao longo dos séculos, essas instituições se multiplicaram, tornando-se a base do sistema de saúde em muitas regiões brasileiras, particularmente nas cidades menores, onde até hoje, muitas vezes, representam a única alternativa para atendimento médico e hospitalar. Contudo, apesar de sua importância histórica e social, as Santas Casas atualmente enfrentam enormes desafios financeiros e estruturais.

 

No Brasil contemporâneo, o subfinanciamento crônico do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores dificuldades enfrentadas por essas instituições. O déficit financeiro das Santas Casas decorre principalmente do baixo valor repassado pelos serviços prestados ao SUS, que frequentemente não cobre nem mesmo os custos operacionais mínimos. Esse cenário compromete diretamente a capacidade das Santas Casas em manter seus serviços, resultando em crises financeiras constantes, endividamento elevado e até mesmo risco de fechamento de muitas unidades.

 

A Santa Casa de Fortaleza, em busca de manter seu funcionamento, uma vez que 95% do seu serviço prestado é para a saúde pública de média e alta complexidade, tão demandante e sofrida, corre entre os entes federativos para que se cumpra sua missão de cuidar do próximo desde sua fundação no século XIX.

 

Portanto, o futuro das Santas Casas depende de uma profunda revisão do financiamento da saúde pública no país, valorizando essas instituições históricas e essenciais. A continuidade e sustentabilidade das Santas Casas exigem não só o reconhecimento de seu papel fundamental na assistência à população, mas também um compromisso real e efetivo do poder público em garantir condições financeiras adequadas para sua manutenção e ampliação.

 

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