Panthéon – Paris
Saímos do Jardin du Luxembourg e cruzamos o Boulevard Saint Michel e subimos a Rue Soufflot em direção ao majestoso Panthéon, nossa segunda parada.
A história do Panthéon remonta ao ano de 1764, quando o Rei Luís XV, após recuperar-se de uma grave doença, ordenou ao arquiteto Soufflot que construísse uma igreja em tributo a Santa Genoveva, padroeira de Paris. Concluída em 1790, a mesma foi transformada em Panteão Nacional, pelos revolucionários burgueses.
Situado no alto do monte de Santa Genoveva, no 5º arrondissement, em pleno quartier latin, este monumento, em estilo neoclássico, tem 110 metros de comprimento e 84 de largura. Inspirado no panteão romano, sua fachada é decorada com 22 colunas de estilo coríntio e em seu frontão podemos ler a seguinte frase: “Aux grands hommes, la patrie reconnaissante”. Acima, admiramos o baixo-relevo de David D’Angers que mostra a França, mãe pátria, concedendo lauréis a seus grandes homens.
Aproveitamos para tirar fotos, inclusive, da prefeitura do 5º arrondissement, que fica ao lado. Havia uma propaganda da mostra alusiva a Émile Zola, na entrada do Panthéon. Sem mais tempo para fotos, compramos os ingressos e adentramos o santuário.
O interior do Panthéon tem quatro corredores em forma de cruz e no centro ergue-se a grande cúpula. A primeira coisa que nos chamou a atenção foi um imenso pêndulo, fixado na referida cúpula. O “Pêndulo de Foucault”, que leva este nome em homenagem ao físico, Jean Bernard Léon Foucault, está no Panthéon, desde 1851. Ele foi concebido para demonstrar a rotação da terra.
Ana Margarida Rosemberg
No altar principal admiramos a escultura que retrata a Convention Nationale alusiva a Revolução Francesa. Depois de algumas fotos, e sem nos determos nas pinturas de artitas famosos, descemos até a cripta que ocupa toda área sob o prédio. Dividida em galerias, a mesma guarda os restos mortais de 70 personagens da história francesa como: cientistas, escritores, generais e políticos. Dentre os mais famosos estão: Voltaire, Jean Jacques Rousseau, Victor Hugo e Émile Zola. Em frente ao túmulo de Voltaire, vê-se uma estátua do mesmo. Tiramos fotos diante dela para homenagear um dos inspiradores da Revolução Francesa.
François Marie Arouet (1694-1778), seu verdadeiro nome, foi escritor prolífico e filósofo iluminista. Severo crítico da Igreja católica, das instituições francesas e dos abusos do Antigo Regime, contribuiu com suas idéias, juntamente com John Locke, Thomas Hobbes e Rousseau para o desencadeamento da Revolução Francesa.
Caminhamos até a galeria principal para apreciar a mostra sobre Émile Zola (1840-1902). Recheada de fotos, cartazes, objetos pessoais, exemplar de sua obra “Germinal”, ela se mostrava atrativa. Infelizmente não tínhamos tempo para apreciar com calma aquela maravilha, mas vimos o artigo original, “J’accuse”, que tanta polêmica causou na França no finalzinho do século XIX.
Nilze Costa e Silva
Saindo em defesa do judeu, Alfred Dreyfus, que foi vítima de um processo fraudulento, Zola tornou-se uma importante figura libertária da França. Sua carta aberta, “J’accuse”, dirigida ao Presidente da França, publicada na primeira página do jornal L’Aurore, acusava o governo francês de anti-semitismo, por julgar e condenar por traição, sem provas, o capitão Alfred Dreyfus, em 1894.
Na saida ainda tivemos tempo de admirar o túmulo de Rousseau, que fica em frente ao de Voltaire. Jean Jacques Rousseau (1712-1778), o meu iluminista preferido, foi filósofo, político, escritor e uma das figuras mais marcantes de sua época. A célebre frase “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, resume o pensamento deste grande filósofo.
Saimos do Panthéon, quase meio dia e resolvemos almoçar em um dos restaurantes do quartier latin, mas antes era preciso ir à livraria “Gibert Jeune”, no Boulevard Saint Michel, a fim de comprar livros infantis para o meu neto, Pepê. Lembrei-me que pertinho do Panthéon, ficava a Igreja Saint-Étienne-du-Mont, a biblioteca de Santa Genoveva e a Sorbonne, Universidade de Paris-I. Pensei no Rose e no nosso Hotel Sully-Saint-Germain, na Rue des Écoles, na mesma rua da Sorbonne, onde tantas vezes nos hospedamos. Como não tinhamos mais tempo, descemos pela Rue Soufflot, cruzamos a Rue Saint Jacques, a mais antiga de Paris, e viramos à direita no Boulevard Saint Michel, em direção à nossa terceira parada, a Cathédrale Notre-Dame de Paris.
Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.
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