Madeleine Brès nasceu em 26 de novembro de 1842, em Bouillargues-França, e faleceu em 30 de novembro de 1921, em Montrouge-França. Aos doze anos, foi com sua família para Paris. Com quinze casou-se com Adrien-Stéphane Brès.
Em 1861, os diplomas franceses foram abertos às mulheres. Sonhando em ser médica, Madeleine precisou obter o consentimento do marido, para cursar a faculdade.
Em 1866, ao apresentar-se ao Decano da Faculdade de Medicina de Paris, Charles Adolphe Wurtz, pedindo permissão para estudar medicina, teve a aceitação de Wurtz com a condição de obter primeiro uma licenciatura em Artes e Ciências.
Conquistando a licenciatura, após três anos de estudo, Madeleine conseguiu o direito de cursar o curso de medicina. Mesmo assim, a decisão do reitor foi mal recebida na comunidade médica.
O Dr. Henri Montanier escreveu, em 1868, na Gazeta do Hospital, que: “para fazer uma mulher médica, é preciso fazê-la perder sua sensibilidade, sua timidez, sua modéstia, endurecendo-a diante das coisas mais horríveis e aterrorizantes. Quando a mulher chegar a isso, eu me pergunto, o que ela terá como mulher?”
Em 1869, Madeleine tinha 27 anos, era mãe de três filhos, quando, finalmente, iniciou seus estudos de medicina.
Com a Guerra Franco-Prussiana (19 de julho de 1870 – 10 de maio de 1871), houve a saída de um bom número de médicos para o front. Madeleine foi nomeada como estagiária provisória, até julho de 1871, obtendo grande experiência.
Viúva e mãe solteira de três filhos, decidiu ser pediatra. Ela preparou sua tese sobre o tema da mama e lactação, apresentando-a em 3 de junho de 1875. Recebeu honras em sua tese e tornou-se a primeira mulher francesa doutora em medicina.
Tecnicamente, Madeleine não foi a primeira mulher a obter um doutorado em medicina na França: a inglesa Elizabeth Garrett Anderson o fizera cinco anos antes. Mas foi a primeira francesa a conquistá-lo.
Durante sua carreira, trabalhou como professora de higiene e lecionou para diretores de creches em Paris. Madeleine liderou a revista Higiene de la Mujer y el Niño e foi autora de vários livros sobre cuidados infantis. Na Suíça, estudou organização e operação de creches.
Madeleine faleceu pobre, aos 79 anos, deixando um grande legado para a pediatria e as portas da Faculdade de Medicina de Paris abertas para as futuras médicas francesas.
Autora: Dra. Ana Margarida Arruda
Rosemberg, médica CRM 1782-CE,
historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina
e Conselheira do Jornal do Médico.
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