A Igreja de Saint-Médard (Église de Saint-Médard), localizada no número 141 da rue Mouffetard, na margem esquerda do Sena, é a igreja paroquial dos fiéis de parte do 5º arrondissement.
No século IX, após as invasões normandas, uma capela dedicada a São Médard (Saint-Médard) foi construída ao longo de uma estrada romana que ia de Lutèce a Lyon.
A atual igreja foi construída a partir de meados do século XV ao século XVIII.
Em 27.12.1561, houve o primeiro tumulto da história de Saint-Médard: o clero da igreja tocou seus sinos velozmente e perturbou o culto de huguenotes, que estava sendo realizado em um prédio próximo. Como consequência, houve uma batalha campal na igreja; o segundo tumulto foi na década de 1720, no cemitério da igreja, hoje uma praça ao lado da mesma. Os convulsionários revigoraram a querela jansenista e apavoraram o clero e o poder régio.
Até a Revolução Francesa, o bairro da Igreja de Saint-Médard tinha o nome de Faubourg Saint-Marceau. Várias igrejas neste bairro desapareceram completamente durante a turbulência revolucionária e com as transformações de Paris sob o Segundo Império.
Durante a Revolução, o clero da igreja prestou juramento à “Constituição Civil do Clero”. Em novembro de 1793, o culto foi abolido e a igreja fechada sendo devolvida ao clero em 1795.
No século XIX, participaram da vida da paróquia, entre outros, a Irmã Rosalie Rendu (1786-1856), chefe da casa das Filhas da Caridade São Vicente de Paulo, na rue de l’Épée-de-Bois. A Irmã Rosalie, beatificada pelo Papa João Paulo II em 2003, foi reconhecida pela sua devoção aos doentes, aos pobres e aos revolucionários de julho de 1830 e fevereiro de 1848.
Monumento histórico em 1906, a Igreja de Saint-Médard tem alguns vestígios de vitrais renascentistas, incluindo um belo telhado de vidro axial. Há também uma boa quantidade de obras de arte, incluindo pinturas do século XVI ao XIX. A complexa abóbada do seu ambulatório fará as delícias de quem aprecia a arquitetura religiosa.
Autora: Dra. Ana Margarida Arruda
Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia
Cearense de Medicina e Conselheira do Jornal do Médico.
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