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Dores do médico são tema de evento na Associação Paulista de Medicina

Especialistas compartilham desafios pessoais e profissionais em encontro com o tema “A dor de ouvir a dor

 

Ao longo dos anos, a prática médica avança trazendo inovações tanto no campo tecnológico como científico, com estudos e soluções sobre a dor – definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”.¹ No entanto, a humanização no cuidado à saúde é um ponto de vista pouco explorado.

 

Nesse contexto, a ponderação sobre o que é a dor e como entendê-la compõe a finalidade do encontro “A dor de ouvir a dor“, promovido pela Associação Paulista de Medicina (APM), revelando que não é só o paciente que é afetado por condições dolorosas, mas também os profissionais envolvidos em seu tratamento. O diferencial do evento é colocar o profissional da saúde e suas dores como protagonistas, explorando suas dificuldades e desafios como indivíduos diante de suas próprias histórias e narrativas e também daqueles que o procuram para aliviar seu sofrimento.

 

“A dor do médico pode ser conceituada tanto como a dor física e/ou emocional do próprio médico quanto o sentimento de impotência perante o sofrimento do outro. São angústias pessoais ou profissionais na lida com o sofrimento”, aponta Hélio Plapler, membro da Comissão Científica do evento e especialista em cirurgia geral. O debate contará com a participação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento para enriquecer a discussão e a troca de conhecimentos.

 

O cirurgião elege os anos de pandemia da COVID-19 como momentos que demonstraram, de forma intensa, que não só pacientes, mas profissionais da área da saúde também são altamente afetados física e emocionalmente por cada condição. Compreender esse outro lado da narrativa, na perspectiva do profissional da saúde, é a proposta do evento da APM, valendo-se da arte, música e literatura: “hoje existem vários trabalhos mostrando como atividades culturais podem contribuir para lançar uma visão diferente e menos tecnicista do cuidado e como isso pode melhorar a relação entre o profissional da saúde e o paciente. No nosso encontro, haverá duas mesas com a participação de escritoras, músicos, artistas e médicos que dividirão suas experiências com participação ativa da plateia, de modo que novos conceitos sobre o Cuidado possam emergir”, ressalta Plapler.

 

Para além dessas conversas, o evento conta com a exposição das obras do artista plástico Wagner Kuroiwa. Contando com diferentes técnicas, entre elas, tinta acrílica, giz pastel, aquarela, bico de pena, entalhes em madeira, escultura e bordado. Cada quadro traz uma experiência através de um conto, crônica ou poema. As obras produzidas por Kuroiwa sobre a dor estão estritamente relacionadas à temática do evento.

 

“Ouvir a dor é sentir a dor. E ela se expressa em cores e formas, ora direta, ferina, ora subjacente, escamoteada, mas sempre presente. São vinte trabalhos em diferentes técnicas, mas com o mesmo pano de fundo, entrelinhas, que acompanham a vida de um médico desde sempre”, comenta o artista.

 

As inscrições para o evento “II Jornada: A dor de ouvir a dor” estão abertas e podem ser realizadas no site https://doity.com.br/a-dor-de-ouvir-a-dor-1. O evento acontece no dia 22 de junho de 2024, das 8h00 às 16h30, na Associação Paulista de Medicina.

 

Serviço:

II JORNADA A DOR DE OUVIR A DOR

Data: 22 de junho de 2024

Horário: 8h00 às 16h30

Local: Associação Paulista de Medicina – Auditório Prof. Dr. Domingos Adib Jatene – São Paulo, SP.

Endereço: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01318-000

Programação completa do evento: 

https://docs.google.com/spreadsheets/d/1aSkNUS2u6_UyedthuvBuVYmmonqtXROT/edit#gid=1518031435

Mais informações em: https://doity.com.br/a-dor-de-ouvir-a-dor-1

 

Sobre a Associação Paulista de Medicina (APM)

Representante dos médicos desde 1930, a Associação Paulista de Medicina está presente em todo o estado de São Paulo por meio de 70 Regionais. Além de contribuir com a elaboração das políticas de saúde e qualificação da assistência médica, a APM luta para valorizar o médico nos sistemas público e privado de saúde. Promove diversas atividades de educação médica continuada, como eventos científicos e o Instituto de Ensino Superior da APM (IESAPM), e oferece serviços e benefícios aos associados e sociedade, incluindo o Residencial APM e o Hotel Fazenda APM. Saiba mais no site: www.apm.org.br

 

Referências:

1. DeSantana JM, Perissinotti DMN, Oliveira Junior JO de, Correia LMF, Oliveira CM de, Fonseca PRB da. Revised definition of pain after four decades. BrJP [Internet]. 2020Jul;3(3):197–8. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/GXc3ZBDRc78PGktrfs3jgFR/?lang=pt#

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