Na próxima quarta-feira (26) é comemorado o Dia Nacional do Diabetes, data criada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o intuito de disseminar informações sobre a prevenção e o controle da doença. A população brasileira possui aproximadamente 20 milhões de diabéticos, segundo o último Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país está em 5º lugar no ranking mundial com mais pessoas com diabetes e em 3º lugar quando se fala em diabetes Tipo 1, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF). Apesar da patologia ser comum entre a população, a falta do diagnóstico ainda é uma realidade, apresentando diversos riscos à saúde.
O médico em saúde integrativa e funcional, Dr. Silas Soares explica que há dois tipos de diabetes: tipo 1 e tipo 2, sendo esse o mais comum entre a população. “O diabetes tipo 1 costuma ocorrer na infância e na adolescência, quando não há uma produção suficiente de insulina, fazendo com que a glicose permaneça na corrente sanguínea, assim aumentando a taxa de glicemia no corpo. Ou seja, não está ligada à hábitos alimentares e ao estilo de vida como o Tipo 2. Esse costuma surgir já na fase adulta, principalmente entre pacientes que não seguem uma dieta equilibrada e que não praticam exercícios físicos frequentemente, fatores esses que levam à obesidade; um dos principais motivos para diabetes Tipo 2 ser diagnosticado”.
Segundo Dr. Silas, existem diversos sintomas para a patologia, no caso do tipo 2, muitos pacientes podem apresentar um comprometimento na sua visão, podem passar a ter uma grande fadiga e cansaço, mesmo que não tenha feito atividades de muito esforço. Além de ter desajustes metabólicos frequentes, que levam à perda de cabelo até o refluxo e a distensão abdominal. Já entre os sintomas do diabetes tipo 1, estão a fome frequente e a sede constante, vontade de urinar diversas vezes ao dia, constantes episódios de náusea e de vômito.
“Esses sintomas podem ser considerados como claros, mas na rotina do paciente, a doença pode ser silenciosa, os sinais podem passar despercebidos principalmente por conta da vida corrida. No meio de tantas tarefas do dia a dia, as pessoas deixam à saúde de lado, como também não enxerguem os problemas em relação ao organismo. Muitas vezes a diabetes pode ser desenvolvida por conta dessa rotina, já que pacientes costumam se alimentar mal, com alimentos ultraprocessados, com alto teor de gordura e açúcar, justamente por serem mais práticos”, afirma o profissional.
Para o dr. Silas, a melhor forma de prevenir a patologia fica por conta da mudança do estilo de vida, através de uma dieta saudável, diminuindo o consumo de açúcar, carboidratos refinados e produtos industrializados, como refrigerantes e sucos de caixinha, e aumentando a frequência de legumes e verduras entre as refeições. Apesar do seu papel importante na prevenção do diabetes tipo 2, já que o tipo 1 ocorre por um fator genético, a mudança vai além da alimentação, adicionar exercícios físicos na rotina também é fundamental.
Tratamentos disponíveis:
“Além do auxilio da dieta equilibrada e da prática de atividades físicas nos casos do diabetes tipo 1, também há a possibilidade de realizar um tratamento farmacológico, através do uso frequentes de medicamentos que melhoram a sensibilidade das células à ação da insulina ou aumentam a sua produção pelo pâncreas. Já os pacientes com diabetes tipo 1 devem realizar o tratamento através da insulina”, pontua Silas.
A falta de acesso a tratamentos gratuitos serviu de combustível para a carioca Beatriz Scher criar uma comunidade virtual em prol da conscientização sobre a doença. Diagnosticada com diabetes tipo 1 aos seis anos de idade, a “influencer da diabetes” hoje conta com mais de 50 mil seguidores em suas redes sociais, canal por onde compartilha desde conteúdos simples, sobre como usar a bombinha de insulina, até temas mais profundos, como a integração social dos diagnosticados com a condição. Seu boom na internet começou quando Scher compartilhou sobre o tratamento gratuito que conseguiu pelo governo, via ação judicial, e que no particular custaria mais de R$ 20 mil.
“Quando quis mudar a minha bombinha de insulina por uma mais moderna, comecei a pesquisar sobre o assunto na internet, mas todos os conteúdos que eu achava eram do exterior. Não encontrei nenhum blog ou influencer que abordasse o uso dos tratamentos e outros dados atrelados ao universo da diabetes no Brasil. A minha bomba de insulina custaria mais de R$ 20 mil no particular, mas eu consegui de forma gratuita através de uma ação judicial, uma vez que o SUS só fornecia a canetinha. Eu queria que outros com a mesma condição que a minha tivesse acesso a essa informação e, quando pesquisassem, pudessem encontrar um canal que fornecesse todo o passo a passo de como conseguir e usar esse tratamento, foi aí que surgiu o @biabética”, comenta a carioca de 30 anos.
Mas nem todos têm a mesma sorte de Beatriz, que conseguiu através de uma ação judicial o direito de ter a bomba de insulina fornecida pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Esses aparelhos custam em torno de R$20 mil e não são custeados pelo governo. Estima-se hoje que existem 20 milhões de diabéticos no Brasil e 10% desse montante, são de pessoas com a mesma condição da Beatriz, que dependem da aplicação de insulina para sobreviver.
Este post já foi lido293 times!
You must be logged in to post a comment Login