Há instantes na vida que somos fulminados, feridos e cravejados por situações reais que poderiam ou deveriam ser apenas pesadelos; mas não o são. E quando acordamos para entender o que aconteceu, somos tocados pela cruel e inesperada verdade que não queremos viver. O ser humano vivencia em muitos momentos, o peso e a provação da mudança indesejada, e tem a sensação que não tem o poder nem a condição de reverter o que passa na mente afetada. Mas o que somos nós verdadeiramente, ou o que deveríamos ser, senão a incontestável consciência que nos mantém firmes, fortes, vivos e cheios de paz na alma e no coração..?? Vivemos a gangorra das escolhas e consequências e precisamos ser verdade, bondade, e boa essência.
Há sim, como tem demonstrado a vida, o acontecer que mexe persistentemente na nossa condição de entender, e nos rebola na relva do medo, da indecisão, e da vontade de estacionar na esquina do sofrer. Há também, porém, o não, que nos impede de ficar ensimesmados na fileira do penar e na planície da dor. Precisamos reagir mesmo que imaginemos não ter a condição de fazê-lo. Toda mudança mexe insistentemente, na mente que mente pra gente, quando não conseguimos dominá-la; e carece que seja mudada de novo, novamente, até que consigamos alcançar a natureza e evidência do que realmente somos. Sonhar por desejos incontidos, e alegrar-se mesmo na dor, não deve estar no rastro do sofrer, ou do pesadelo que não queremos viver; deve estar no nosso ser.
O que virá no futuro, que seja brilho, luz e ouro, longe do escuro que o pesadelo verdadeiro quer nos estacionar. De fato, no fogo da provação e da dor se provam os homens; no peso da ilusão e dos desejos, se alteram mundos; na ânsia da solução e do acelerar, o dizer, o fazer, e o falar, o que não deve ser feito, falado ou dito, se desarticulam brilhos e desaparece o melhor caminho a seguir. Controlemos a dor do inesperado, do pesadelo indesejado, da crise que se instala, da decisão que deve ser achada, elevada, aceita, mudada, ou achatada. Assim se fazem os seres, os saberes, os atos que se copiam, ou os que são factíveis de serem abominados no lixo do desprezo e do esquecimento. Pesadelo verdadeiro – ensina-nos a fazer valer a pena o viver, em todos os instantes do nosso combater; faz-nos acordar para o valor da vida que vale o sabor de ter e alcançar tudo de bom, o real e palpável amor que ela oferece.
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