A mente humana é tão intrometida, extraordinária e diligente, e, muitas vezes, tão dominadora e encarceradora dos seres, que sem querer, eventualmente, nos empurra num destrutivo e avassalador caminho de punição, que não conseguimos entender. Jamais devemos ser controlados ou reprimidos por ela; a mente precisa ser silenciada, organizada, e fazer parte da boa construção do ser, e nunca deve ser nossa adversária. “Ama o teu inimigo” – nessa argumentação sempre indago se o maior inimigo de muitos, não é, de fato, o seu próprio inconsciente incompreendido; que traz no rodo do dia a dia, dor, sofrimento e tristeza, ao invés de paz, alegria, serenidade e fortaleza. Ser levado pela tempestade daquilo que nos eterniza na dor e nas veredas da tristeza precisa ser combatido, com veemência, entusiasmo, leveza e esperteza. A vida é breve; é uma ida, e não deve ser uma volta, ou uma revolta ferida. Alimentemos a gratidão, e não nos demoremos nas trilhas da sofreguidão.
A punição, atravessa a garganta dos bons desejos numa espadada castigante, instigante e traumatizante; e é factível de reforçar periodicamente essa peleja, que recidiva episodicamente. Etimologicamente a palavra punição significa castigar, ou impor uma pena. Quando a mente está quebrada não é tão simples encontrar a cola que a controla no instante que ela quer se desestabilizar. Pela brevidade da vida, e pelo passar do tempo e de tudo, necessitamos compreender que até mesmo o que não conseguimos dominar precisa ser trabalhado, e requer nossa dedicação para controlar. Há tendência para o desarranjo – às vezes, a mente quer isso. O ser precisa se enveredar pelas encruzilhadas da boa ação, da retidão, da sublime e profícua decisão. Culpa significa débito. Não estacionemos nos lamentos; pelo bem de todos e de nós mesmos. A vida não é castigo, dor e punição; ela deve ser paz, firmeza, coragem, amor, bondade, persistência e união.
Essa punição entrelaça cura e loucura. Ela nos faz desaparecer, ou nos faz parecer algo que não somos. Ela me faz lembrar uma espécie do jogo do joio que precisa ser podado ou cortado, junto da comparação do lírio que carece ser apreciado, considerado, regado e admirado. Não olhemos para o sofrimento como se ele representasse uma eternidade ou algo perene no pensar; olhemos sim, como um ensino, uma oportunidade, e uma transformação ou transição, que se esconde no nosso agir e no nosso mudar. A necessidade da punição persiste em querer estacionar no pensar; brinquemos e “conversemos” com ela; entretanto, não a deixemos nos dominar. Tudo passa. Somos pó, mas devemos podar o que nos inquieta, para não nos acostumar com o que faz sofrer. Agradeçamos tudo; isso e tudo o mais. O texto punição de (dez)culpas, que seja um despertar, um ressuscitar e uma essência divina para copiar.
Créditos da imagem: Canva
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