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Apreciação Crítica da obra de Juan Carreño de Miranda

Descrição Técnica

Autor – Juan Carreño de Miranda (1614-1685)

Título –  Eugenia Martínez Vallejo (La Monstrua)

Data – 1680

Técnica – óleo sobre tela

Dimensões – 165 cm × 107 cm

Localização Museu do Prado (Madrid)

 

Juan Carreño de Miranda, pintor barroco espanhol, nasceu em 25/03/1614, em Avilés, e morreu, em 3/10/1685, em Madri, com 71 anos. Depois de Velázquez (1599-1660), de quem era discípulo e amigo, Carreño é considerado o maior pintor da Escola de Madri. Além de Velázquez, Carreño sofreu influência de Ticiano, van Dyck e Rubens.

Em 1669, foi nomeado pintor do rei e teve grande destaque como retratista da Corte de Carlos II, dedicando-se a pintar a família real e os membros da corte de Madri.

Entre 1658 e 1671, fez grandes pinturas, com Francisco Rizi (1608-1685), para a Catedral de Toledo, várias igrejas e o Alcázar de Madrid. Carreño ostenta os títulos de: Pintor da Corte, Pintor de Câmara e Pintor do Rei.

A tela em pauta retrata uma menina de seis anos portadora da síndrome de Prader-Willi, uma alteração genética rara, caracterizada por obesidade, baixa estatura, hipogonadismo, mãos e pés pequenos  e distúrbios de aprendizagem.

Eugenia era conhecida como a menina gigante da Villa de Bárcena (Burgos), onde nasceu. Embora seus pais, José Martínez Vallejo e Antonia de la Bodega, e seus irmãos fossem de tamanho normal, a menina pesava 25 quilos com 1 ano de vida e 75 quilos com seis anos.

Foi levada à  Madrid e tornou-se atração na corte de Carlos II, o último rei da Casa da Áustria na Espanha. Havia um fascínio nas cortes da nobreza espanhola por pessoas com alguma anomalia física ou mental. Essas pessoas eram usadas para o entretenimento dos nobres e eram representadas em pinturas.

A tela, retratando a menina, foi encomendada pelo rei Carlos II, continuando uma tradição de registrar fenômenos semelhantes como “A Mulher Barbuda”, pintada por RIBERA, em 1630.

Eugenia foi pintada vestida e desnuda. Na versão desnuda, Carreño retrata o corpo de Eugenia como o de um pequeno Baco da mitologia.

Na versão vestida, ora em pauta, Eugenia tem seis anos; porta um belo vestido de brocado vermelho e prata em um corpo de 75 quilos. Dois laços vermelhos enfeitam seus cabelos pretos; o rosto arredondado e as bochechas inchadas comprimem um olhar desconfiado; uma maçã em cada mão simboliza seu apetite insaciável.  Eugenia ficou conhecida como “A menina monstro de Carlos II”.

 

Fortaleza, 09/10/2020

Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg

 

dra. ana

 

 

Coluna Medicina, Cultura e Arte
Autora e Coordenadora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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