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MEDICINA & CULTURA – Dra. Ana Margarida faz apreciação crítica sobre a obra “A lição de Anatomia do Dr. Tulp”

O Jornal do Médico® separou um espaço especialmente pra você que é apreciador da cultura e arte. Nossa conselheira Dra. Ana Margarida, que é médica, historiadora e coordenadora desse espaço, traz hoje uma apreciação crítica da obra “A lição de Anatomia do Dr. Tulp”

 

O quadro “A Lição de Anatomia do Doutor Tulp” é um óleo sobre tela, de 169.5 × 216.5 cm, feito por Rembrandt, em 1632.  Encontra-se no museu A Mauritshuis (“Casa de Maurício”), em Haia, nos Países Baixos. É o mais famoso quadro do referido artista, ao lado de “A Ronda Noturna (1642)”.

 

Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606 – 1669), holandês, é considerado um dos maiores pintores europeus e o mais importante da Holanda. Suas telas surgiram em um período conhecido como: “O Século de Ouro dos Países Baixos”.

 

A tela acima retrata uma aula de anatomia do doutor Nicolaes Tulp, na qual ocorre a dissecação do braço esquerdo de Aris Kindt , um marginal que havia sido condenado à morte por assalto a mão armada. Lições de anatomia existiam, na época, e eram dadas em anfiteatros por doutores em anatomia.

 

A pintura foi feita quando Rembrandt tinha apenas 26 anos. A demonstração anatômica dos músculos do braço do cadáver é realizada diante de uma plateia de assistentes curiosos. O corpo torturado e nu do cadáver, mal coberto por uma tanga, está localizado sob uma luz central, enquanto os cirurgiões estão em roupas pesadas e escuras. Somente o Dr. Tulp porta um chapeu. As cores preto e branco, ocre e cinza, dominam o claro-escuro. Não vemos a origem da luz, mas ela ilumina os rostos, as mãos e a maior parte do corpo do cadáver. A mão esquerda e o antebraço dissecados chamam a atenção com seus tons alternados de vermelho e branco, evidenciando músculos, tendões e aponeuroses. O simbolismo da pintura também é objeto de diferentes análises.  Alguns se referem à história das religiões, aos sentimentos religiosos de Rembrandt, à sua vida e ao seu trabalho pessoal. Outros se referem à história da ciência, no contexto dos debates intelectuais e científicos de seu tempo. O primeiro convida você a olhar para a pintura horizontalmente, concentrando-se no cadáver, o último em uma digitalização vertical, terminando na pessoa de Tulp.

 

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg

médica e historiadora

 

 

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