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ARTIGO: O que já sabemos sobre a “longa Covid”?

O que já sabemos sobre a longa covid-19

 O que é isso?

 

“Longa Covid-19” é um termo usado para descrever doenças em pessoas que se recuperaram da Covid-19, mas ainda relatam efeitos duradouros da infecção ou tiveram os sintomas habituais por muito mais tempo do que o esperado. Muitas pessoas, incluindo médicos que foram infectados, compartilharam suas experiências anedóticas nas mídias sociais, na mídia tradicional e através de grupos de pacientes.

 

Dr. Paul Garner, professor de doenças infecciosas da Escola de Medicina Tropical de Liverpool, detalhou sua experiência de sete semanas com o vírus, descrevendo-o como “assustador e longo”. Como muitos outros pacientes, Dr. Garner não foi admitido no hospital, mas ele relatou uma longa lista de sintomas com duração de semanas e deixando-o incapaz de trabalhar.

 

O Royal College of General Practitioners diz que espera que os médicos de clínica geral vejam um afluxo de pacientes com “longa Covid”, e pediu uma rápida revisão dos requisitos para o retorno de médicos de clínica geral, para ver se a abordagem simplificada realizada durante a pandemia, ainda pode ser mantida ou se deve reavaliada. Haverá um afluxo significativo de pacientes com “longa Covid”, tanto física quanto emocional, e os clínicos gerais devem ter os recursos e apoio necessários para cuidar dos pacientes e ajudá-los a compreenderem e a se readaptarem com as sequelas.

 

O que a evidência diz?

 

Além de evidências anedóticas, ainda há poucas pesquisas sobre esse assunto. No entanto, ele está sendo discutido ativamente na comunidade de pesquisa. Escrevendo no JAMA, uma equipe de pesquisadores da Itália, relatou que quase nove em cada 10 pacientes (87%) que receberam alta de um hospital de Roma após se recuperar da covid-19, ainda experimentavam pelo menos um sintoma após 60 dias do início da doença. Eles descobriram que 13% das 143 pessoas estavam completamente livres de quaisquer sintomas, enquanto 32% apresentavam um ou dois sintomas e 55% apresentavam três ou mais. Embora nenhum paciente tenha febre ou sinais ou sintomas de doença aguda, muitos ainda relataram fadiga (53%), dispneia (43%), dor nas articulações (27%) e dor no peito (22%). Dois quintos dos pacientes relataram piora na qualidade de vida.

 

Existem serviços de suporte para as pessoas afetadas?

 

O Sistema de Saúde da Inglaterra deve lançar um portal on-line ainda este mês, onde pessoas que sofrem efeitos de longo prazo da Covid-19 (não apenas pacientes internados no hospital) podem se comunicar com enfermeiras, fisioterapeutas e especialistas em saúde mental. O serviço dará às pessoas acesso a uma equipe clínica local que responderá a perguntas e a uma comunidade on-line de apoio a colegas, orientações de exercícios e apoio à saúde mental.

 

As evidências mostram que muitos desses sobreviventes provavelmente persistem com problemas significativos de saúde em andamento, incluindo dificuldades respiratórias, cansaço duradouro, função muscular reduzida, capacidade prejudicada de executar tarefas vitais do dia a dia e problemas de saúde mental, como transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade, e depressão, disse o responsável pelo serviço.

Posteriormente, o serviço disponibilizará pacotes de suporte personalizados, embora o acesso a eles exija uma avaliação presencial. As pessoas sem acesso on-line receberão materiais impressos, dependendo da demanda. Os grupos de pacientes também estão fornecendo apoio de especialistas, e um desses grupos no Facebook chamado “Long Covid Support Group” já tem mais de 7000 membros. Esse grupo está pedindo um programa de reabilitação, mais pesquisa e um reconhecimento adequado do problema. A hashtag “longcovid” está sendo usada nas mídias sociais para compartilhar experiências pessoais.

 

O que mais é necessário?

 

O SARS-CoV-2 é um vírus muito novo, aparecendo apenas na população humana no final de 2019, o que significa que ainda há muito que a comunidade médica e de pesquisa em geral não conhece. Para resolver isso, é necessária uma pesquisa de longo prazo bem conduzida. Um novo estudo para avaliar os efeitos a longo prazo do Covid-9 em pacientes hospitalizados foi anunciado pelo Secretário de Saúde e Assistência Social da Inglaterra. O estudo do COVID-19 pós-hospitalização visa recrutar 10.000 pacientes em todo o Reino Unido, que serão acompanhados por mais de um ano. No entanto, como não inclui casos mais leves que não requerem atendimento hospitalar, excluirá muitos pacientes com histórias como a do Dr. Garner, e possivelmente, a sua.

 

 

 

Referente ao artigo: Covid-19: O que sabemos sobre “long covid”? Publicado em thebmj.

 

Dylvardo Costa

 

 

Autor: 
Dr. Dylvardo Costa Lima
Pneumologista, CREMEC 3886 RQE 8927
E-mail: dylvardofilho@hotmail.com

 

 

 

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