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Apreciação Crítica da obra de Juan Carreño de Miranda

Descrição Técnica

Autor – Juan Carreño de Miranda (1614-1685)

Título –   Eugenia Martínez Vallejo, desnuda (La Monstrua Desnuda)

Data – 1680

Técnica – óleo sobre tela

Dimensões – 165 cm × 108 cm

Localização Museu do Prado (Madrid)

 

Juan Carreño de Miranda, pintor barroco espanhol, nasceu em 25/03/1614, em Avilés-Espanha, e morreu, em 03/10/1685, em Madrid-Espanha, com 71 anos.

Após a morte de Velázquez (1599-1660), de quem era discípulo e amigo, Carreño deu continuidade à representação de pessoas com anomalias física e, ou, mental como: bufões, anões e monstros, que tanto fascinavam a nobreza espanhola e eram fontes de entretenimento dos nobres.

Os inventários do Real Alcázar de Madrid (hoje Palácio Real de Madrid), que foi a residência da família real espanhola do reinado de Carlos I (1519 e 1556) até o reinado de Felipe V, quando foi destruido por um incêndio na noite de natal de 1734, evidenciam inúmeras telas de Carreño retratando figuras bizarras.

Este quadro em pauta, conhecido como a La Monstrua desnuda, representa a menina Eugenia Martínez Vallejo (1674-1699) como um pequeno Baco. Foi valendo-se desta abordagem mitológica que Carreño a pintou desnuda, com seis anos. Eugenia está apoiada em um pedestal encimado com frutas; na mão esquerda segura um cacho de uvas e uma folha de parreira, que lhe cobre a genitália, evocação ao deus do vinho; na cabeça uma coroa com vinhas. O olhar é melancólico.

Ao pintar Eugenia de baco, Carreño conseguiu disfarçar sua aparencia. A menina era portadora de  uma alteração genética rara, conhecida como síndrome de Prader-Willi, caracterizada por obesidade, baixa estatura, hipogonadismo, mãos e pés pequenos e distúrbios de aprendizagem.

Eugenia nasceu na Villa de Bárcena (Burgos), onde era conhecida como a menina gigante. Com 1 ano de vida, pesava 25 quilos e, com seis anos, 75 quilos. Seus dois retratos pintados por Carreño, La Monstrua vestida e La monstrua desnuda, foram preservados e estão no museu do Prado, em Madrid, para deleite dos visitantes

 

Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg

Fortaleza, 15 de outubro de 2020

 

dra. ana

 

 

Coluna Medicina, Cultura e Arte
Autora e Coordenadora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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