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Augusta angústia

Todo tipo de sofrer merece nossa consideração, respeito, trabalho e atenção. Diante dela, o terapeuta precisa controlar, confirmar ou contornar seu saber, pensamento ou ilusão; e ainda mais, sua ocasional frustração. A angústia é energia real ou fantasia do sofrer; entendê-la nos faz subir no pedestal da humildade, e nos ajuda a descobrir o inquietante padecer de quem está com a mente penada.

Ela forma essa coisa que vai e vem, do além ou aquém, do pretérito rechaçado, que nem a Deus é permitido esquecer. Causa a inesperada mente, da incapacidade psíquica de resistir. Vozes de alguém. Algo inusitado, imprevisível, relação do tatuado passado da alma. Fonte de tormento, da mente cisada, dilacerada, que não compreende a quebra da esperança. Coração acelerado. Vazio no corpo. Um aperto no peito, um silêncio do lenço, no encharco do choro, próximo ou ao longe. Algumas vezes, ela é um não sei o que, que não se sente, e não se entende, um algo que incomoda, onde o conhecimento não se transforma em amor.

No extremo sofrer é uma ida sem volta, revolta, sem reviravolta, junto da ausência de ação. A procura da cura, diante da loucura, ou da razão que se esconde nesse momento de borbulhante descontrolada emoção, me fez lembrar um pensamento de Nietzsche: “há sempre um pouco de loucura no amor; e há também um pouco de razão na loucura”. Solidão de alma, que ocasionalmente acalma, e busca do bem; eis ai a solução. Toda angústia é factível de ser revertida desde que se permita compreendê-la, e que exista apoio de outras pessoas: caminhantes, abrigantes e fabricantes da mente sadia.

 

Autor:

Russen Moreira Conrado
Cirurgião plástico e psicoterapeuta

 

 

 

 

 

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