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Revelações Exclusivas: Presidente da Associação Médica Cearense, Dr. Aurilo Rocha, desvenda os bastidores das eleições do CREMEC

O Jornal do Médico traz para você revelações acerca do pleito para a nova gestão do CREMEC que se dará 100% digital e on-line pela internet nos dias 14 e 15 de agosto de 2023, onde em uma entrevista exclusiva com o presidente da Associação Médica Cearense, Dr. Aurilo Rocha, expõe seu ponto de vista dessa disputa histórica do conselho.

 

Jornal do Médico – A AMC historicamente sempre desenvolveu diversas ações em prol do médico e da saúde, e que nos últimos anos, o engajamento do médico em suas respectivas entidades vem sendo alvo de disputas de gestão com novas ideias e projetos. Qual a avaliação da entidade quanto e esse momento de disputa no CREMEC nos últimos anos?

 

Dr. Aurilo – As entidades médicas têm papéis distintos, específicos e legais; e claro que devem andar em sintonia de propostas e defesa da categoria, da boa prática médica, e da demanda da sociedade. As eleições são cíclicas e trazem sempre aprendizados de análise ao olhar para sociedade. Há novas frentes e desafios constantes; a pandemia deixou muitas lições; sejam de estruturas de atendimentos, logística, saúde mental, remuneração, sejam de qualidade e valor em atenção a saúde e defesa de direitos a saúde, enfim as sociedades estão em constante evolução e as entidades precisam evoluir em suas ações de defesa das responsabilidades sociais e aperfeiçoamento contínuo. No CREMEC, como na AMC, Associação Médica Cearense e AMB, Associação Médica Brasileira; o processo de eleição é regulamentado e periódico; sendo natural que os médicos tenham demandas conformes as angústias das melhorias e anseios da sociedade; sem esquecer os papéis regulatórios de cada entidade.

 

Jornal do Médico – A pandemia de COVID-19 trouxe grandes discussões quanto a autonomia do médico e os tratamentos na saúde do paciente em que não tinham a eficácia comprovada cientificamente. Qual expectativa com a nova gestão do CREMEC em se comunicar com a sociedade, classe médica e comunidade de saúde quanto a autonomia x tratamento?

 

Dr. Aurilo – O CREMEC, assim como a AMC, Associação Médica Cearense tem uma enorme responsabilidade em promover a educação médica constante diante da responsabilidade de exercer seu papel. Há sempre expectativas de as entidades médicas continuem a atuar com rigor e papel de cuidado, atualização e responsabilidade. A sociedade tem novas formas de se manifestar e novas comunicações; as entidades tem de encontrar essa forma de responder de formas inovadoras. Hoje temos também uma mudança rápida do perfil do médico no Brasil (crescendo em médicos mais jovens e do sexo feminino). A sociedade tem mudado rapidamente. A COVID mostrou que empirismo não pode extrapolar o benefício de estudo e da pesquisa clínica. As autonomias individuais não devem ser extrapoladas ao rigor científico. As entidades médicas não podem desviar de seus valores e prioridades; a nossa política é a política de saúde. Planejamento de politicas duradouras e de longo prazo; onde tenhamos indicadores de demandas da sociedade e dos profissionais de saúde. Implica em ensinar saúde de novas formas aos médicos e a todos profissionais de saúde. Podemos aprender com novas tecnologias. Aprender a evoluir com a sociedade, envolve aprender a se comunicar diferente.

 

A autonomia deve ter preceitos de responsabilidade e defesa do paciente; de autonomia, não maleficência e justiça; julgamento por seus pares regulatórios. A má-conduta, a má formação médica e a imperícia tem danos irreparáveis e mortes e deve ser sempre combatida. As mudanças sociais cada vez mais rápidas levam a demandas novas e será sempre importante garantir valores éticos, racionais e atualizados, olhando para as evidências e para as pessoas, pacientes. no final quem paga é a sociedade e o paciente. O médico tem uma responsabilidade social e legal; a extrapolação implica em assumir riscos. O princípio de saúde das entidades médicas deve ser de ser guiado pela prática médica de oferecer o melhor cuidado, baseado nas melhores evidências científicas e o paciente no centro do cuidado. Garantir acesso e qualidade. As defesas por tratamentos sem evidências parece mais ligada a política do que por bases científicas, portanto deve ser vedada. Saúde é sim tentar manter as pessoas saudáveis o maior tempo possível. Já os políticos competem por hospitais, ambulâncias, votos e números de médicos. Saúde é diferente de erguer hospitais e as entidades devem estar juntas nessa defesa. Olhares críticos e analíticos.

 

Jornal do Médico – A medicina cearense sempre protagonizou grandes lutas em prol do médico e da saúde, destacando questões como condições de trabalho, remuneração, REVALIDA, entre outras demandas. Fato é que a medicina está cada vez mais transformada e seus desafios ainda maiores, logo, como a AMC avalia a participação da nova gestão do CREMEC na união e protagonismo das entidades em prol do médico e da saúde? 

 

Dr. Aurilo – As entidades médicas são fundamentais em seus papéis de controle e defesa da sociedade. Devem estar ligado a planejamentos de longa duração, indicadores; e não a interesses de momentâneos. Ser protagonista faz atuar em diferentes setores e conectados; e o desfecho tem resultados diretos no acesso a saúde.

 

Jornal do Médico – A exclusividade médica em procedimentos e atividades são expressamente garantidas pela Lei do Ato Médico (nº 12.842/13), mas que é notório de que outras áreas da saúde têm se apropriado de certos atos de maneira indevida, sobretudo na estética, que podem ocasionar danos irreparáveis na saúde do paciente, inclusive levando-o ao óbito. Qual a expectativa do AMC com a nova gestão do CREMEC quanto a essas questões?

 

Dr. Aurilo – O CREMEC atua como órgão supervisor, normativo e fiscalizador. A sociedade tem mudado, e assim há demandas de setores diferentes em que a regulamentação e defesa tem de ser críticas e rígidas. Impacta diretamente em todos profissionais da categoria; e no paciente em diferentes camadas. A medicina não é igual em todos níveis; mas tem de ser responsabilizada em sua defesa e suas práticas. Sim, o paciente não pode ficar indefeso e fragilizado em sua defesa e suas carências e promessas falsas. O ato médico tem foco na defesa do paciente e de entrega de cuidados adequados em saúde. Espera-se, como de todas entidades médicas uma comunicação efetiva, confiança, empatia e respeito a autonomia do paciente e respeito profissional. Precisamos de entidades médicas fortes e atuantes. A sociedade agradece.

 

Eleições CREMEC 2023, Cobertura Jornal do Médico

jornaldomedico.com.br/eleicoescremec2023

 

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