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Presidente Aurilo Rocha Revela Balanço Exclusivo de Gestão na AMC 2020-2023

Na entrevista exclusiva com o Dr. Aurilo Rocha, presidente da Associação Médica Cearense (AMC) de 2020 a 2023, os holofotes se voltam para um balanço revelador de sua gestão. Em um mergulho profundo, ele compartilha os sucessos, desafios e conquistas que moldaram a AMC ao longo dos últimos três anos. Uma oportunidade única para entender os bastidores e vislumbrar o impacto dessa administração na comunidade médica cearense.

 

Jornal do Médico – O senhor assumiu a presidência da AMC para o período de 2021 a 2023 que coincidiu com a pandemia de COVID-19. Como foi assumir a entidade neste período pandêmico?

 

Dr. Aurilo – O período da pandemia foi crítico a todos; como pessoas, profissionais e com as entidades de serviço publico e entidades de classes não foi diferente. Tivemos enorme necessidade de adaptação e descobrir as verdadeiras missões de cada entidade. O papel da AMC visou e buscou ter representatividade e importância. Fizemos pontes entre as sociedades médicas e a sociedade civil (assim foram os comitês nacionais, liderados pela AMB, Associação Médica Brasileira); entre as universidades (participamos de redes com universidades, como escola ESP- CE, Escola de Saúde Pública); com compromisso de discutir modelos de pesquisas e ambiente de pesquisa, inovação em saúde e estudantes de áreas de saúde, e mais ainda, buscamos alcançar a sociedade civil (parcerias com entidades de terceiro setor como Edisca, IPOM, Jacques Klein, Instituto Peter-Pan, Instituto de Saúde de Mental). Tentamos chegar em novos lugares, criamos programa de voluntariado da AMC juntamente com diversos parceiros (Shalon, Projeto Pé na Rua, etc), e em união com o Projeto Voluntariado da AMC Jovem, que teve o propósito de reunir estudantes de medicina para prestarem atendimentos voluntários em instituições filantrópicas de Fortaleza-CE. Entendemos o sistema de saúde como norteador das pessoas e da sociedade, se conduzido de uma forma equilibrada técnica e científica. As pessoas procuram cada vez mais serem orientadas diante de situação de crise como foi o período da COVID, por busca de credibilidade e confiança. Tivemos ainda apoio em campanhas solidárias (a exemplo da campanha de doação de Capacetes ELMOS ao Governo do Estado do Ceará). A AMC e AMB tem como missão conectar as decisões de sociedades médicas em guidelines científicos da vida real. Todos estavam com medo, e ainda tinha a pressão, a politização e polarização do período agudo da COVID-19. Na AMC participamos de comitês científicos vinculados a AMB e a qual incluía-se várias sociedades médicas. O aprendizado é que precisamos estar conectados e em aprendizados contínuos e em redes internacionais de pesquisas; e a sociedade ainda tem problemas básicos de educação e acesso crônicos.

 

Jornal do Médico – A AMC tem uma história com mais de um século e sua gestão coincidiu com o período de maior aceleração de digitalização da saúde. Como foi lidar com questões científicas frente a digitalização na saúde nesse período?

 

Dr. Aurilo – O momento de digitalização da saúde é global e tem como pano de fundo acesso populacional e controle de custos. Realizamos alguns simpósios médicos, como realizado com a região norte do estado do Ceará (Sobral), onde pudemos chegar com a realidade local. Tivemos muitas reuniões e discussões de uso juntamente com o Unichristus e Projetos Pé na Rua para buscarmos fazer atendimentos em saúde pública, e claro, uma grande pauta deverá ser sempre educação continuada ao uso de novas tecnologias. Nosso Jornal da AMC circula mensalmente em formato digital. Muitas demandas foram realizadas de forma digital. Muitos desafios ainda a serem desenvolvidas e integradas a realidade na vida real.

 

Jornal do Médico – Sua gestão trouxe a inovação de projetos como AMC Jovem, Informativo digital da entidade, Patrimônio AMC, Voluntariado AMC, além de maior aproximação com a Escola de Saúde Pública do Ceará. Comente sobre essas iniciativas e seus resultados.

 

Dr. Aurilo – Essa gestão da AMC teve vários desafios e aprendizados. Precisamos sair da nossa zona de conforto e obtivemos alguns resultados:

 

– O projeto da AMC Jovem é um dos destaques da atual gestão: Projeto de Extensão idealizado pela Associação Médica Cearense. A Associação Médica Cearense Jovem, composta por acadêmicos de medicina em diversos períodos universitários. Temos uma proposta que podemos agir e contribuir em ações que irão além da sala de aula, promovendo interação entre a faculdade e a sociedade. Em conjunto com ensino e pesquisa, as ações de extensão compõe um dos 3 pilares de uma boa graduação. Muitos acadêmicos e universitários, também nas faculdades de medicina tem sede de conhecimentos e suprir carências e conhecer além de promover liderança em âmbito social coletivo. Há vários espaços em que acontecem atendimentos de saúde em âmbitos de orientação, cuidados primários e oportuniza aos voluntários o conhecimento de realidades novas e importantes na formação dos estudantes e das pessoas, e visam o desenvolvimento da cidadania. O sentimento de apoio e promoção são únicos e alguns países colocam como estratégicos as sociedades, a ponto de apoiarem e os incorporarem em suas estratégias, alem de validarem em seus currículos. O grande ponto do nosso projeto de extensão é retribuir à sociedade a oportunidade de aprendizado, desenvolvendo boas práticas e praticando as matérias aprendidas de uma forma bastante interativa. Tanto a academia quanto a sociedade aprendem, pois a interação incrementa o desenvolvimento de ambas, estabelecendo um ciclo virtuoso. A AMC quer participar e propor aos estudantes que desenvolvam as suas habilidades e tenham mais capacidade para a atuação profissional futura. A possibilidade de conhecer outras realidades também é um ponto importante. Inclusive tem o apoio da ESP-CE Escola de Saúde Pública do Ceará.

 

– Nosso Informativo digital da AMC surgiu da necessidade de se conectar com associado e claro, resgatar a informação como canal de trazer o associado de volta casa. Somos milhares de associados com anseio de participar e se relacionar com a entidade.

 

– Patrimônio AMC veio do reconhecimento de que o médico tem uma atividade que na maioria das vezes o absorve de tal forma que se torna o trabalho, sua grande participação na sociedade; e claro, temos muitos médicos que fazem trabalhos de excelências por muitos anos são brilhantes; e outros que são artistas, poetas, pintores, e isso precisa ser destacado e valorizado. Antes tarde do que nunca. São reconhecimentos mensais aos nossos ícones.

 

– Projeto de Voluntariado da AMC veio de encontro a necessidade da participação da AMC na vida real de alguns problemas, como acesso a saúde e orientações básicas de saúde, claro que aprendemos também e essa troca traz novos espaços e demandas.

 

A Escola de Saúde Pública do Ceará, ESP-CE, desde sua criação traz uma evolução enorme a sociedade cearense e principalmente a atenção primária. A AMC reconhece e apoia a importância da ESP-CE, bem como da RIATS, Rede de Inovação Aberta em Saúde, da cooperação técnica entre a ESP-CE e IDESCO, Instituto de Desenvolvimento, Estratégia e Conhecimento, com compromisso de discutir modelos de pesquisas e ambiente de pesquisa, inovação em saúde e toda a aproximação será fonte de ganhos mútuos e muito mais está por vir com mais projetos.

 

Jornal do Médio – A retomada do Arraiá dos Dotô e o fortalecimento do congresso Outubro Médico após a pandemia, colocou a AMC ainda mais em evidência e com maior aproximação da classe médica. Como a sua gestão observava esses eventos antes de assumirem a entidade? Qual a sua avaliação sobre esses projetos após o fim da sua gestão?

 

Dr. Aurilo – O Arraiá dos Dotô sempre fez parte da história da AMC. Uma data além da festa, tradição cultural e relacionamentos. Resgatar um momento para fortalecer vínculos de relacionamento fazem parte de uma vida social de qualquer pessoa; e para ser sadia tem também de incluir a alegria, a dança e as famílias, colegas e amigos. Nosso arraiá tem vida e alegria. Matutice, forró, comidas típicas, amizades, alegrias e festa. Tem vida fora dos plantões e fora dos hospitais. Aqui vale o ditado: Mente sadia, corpo sadio.

 

Nosso congresso Outubro Médico tradicionalmente é o maior evento médico do Estado e mais histórico também. Aquele estudante de saúde que nunca foi a um outubro médico não conhece de fato a saúde do estado. Vai muito além de aulas, palestras e temas científicos. Envolve as universidades, as cooperativas e temas atuais fora dos livros. Envolve espaço de artes por médicos e profissionais de saúde como pinturas, músicas e livros! Novamente vem a proposta de integralidade dos médicos e profissionais de saúde. Esse ano será no Centro de Eventos do Ceará e esperamos um grande público. Terá apoio e envolvimento Prefeitura de Fortaleza, Secretaria de Saúde além das Sociedades Médicas e Cooperativas, faremos a solenidade de transição de diretoria da AMC, com posse da nova gestão presidida pelo Dr. Ricardo Pessoa e Dra. Izabela Parente.

 

Essas duas datas são datas importantes e muito valorizadas por todas gestões da AMC. Tenho certeza de que serão valorizadas e mantidas com destaque nas próximas gestões.

 

Jornal do Médico – Espaço para livre comentários. Sinta-se à vontade para se expressar  de algum assunto ou opinião que o senhor gostaria de compartilhar sobre a gestão da AMC, ou qualquer outro tópico.

 

Dr. Aurilo – A AMC tem muito que se orgulhar e crescer.  A Associação Médica Cearense é uma instituição centenária, na verdade fazemos esse ano 111 anos de história, sendo semente de outras entidades e gerações, que tem suas principais missões a promoção e o desenvolvimento da categoria médica. Contribuímos na criação do CREMEC, Sindicato dos Médicos e da Faculdade de Medicina da UFC. Há novos papéis nas sociedades médicas que podem ser preenchidos pela AMC. Em junho foi criado recentemente nosso instituto, a AMC+, da qual será incubadora de projetos e por certo teremos muito que crescer onde já iniciamos debates sobre viabilidade de ações. Já foram realizadas algumas reuniões e várias ideias vêm sendo analisadas pelo comitê consultivo. São muitas frentes, cada associado pode participar e se envolver em seus projetos e, claro, usufruir dos benefícios de ser associado e ainda, votar e ser votado.

 

A nova diretoria chega motivada e quer contribuir! Temos cinco mil médicos cadastrados. Com o aumento no número de médicos e aparecimento de múltiplas especialidades aconteceram divisões (sociedades de especialidade) necessárias no passado.

 

Hoje vivenciamos um novo tempo onde a união das entidades é iminente e necessária para o fortalecimento do associativismo.

 

A AMC assim mantém seu propósito e rigor de utilidade pública e especificidade social em defesa da saúde. Rejuvenescimento de uma instituição centenária em ações propositivas a sociedade, ao médico e a saúde, levando ao engajamento em suas respectivas atuações assistenciais, sendo um dos pilares juntamente com governo, entidades médicas, cooperativas, entidades do terceiro setor, para gestão com novas ideias e projetos, além de reunir as sociedades de especialidades médicas em regulação e atuação médica. Somos AMC e AMC +: novos desafios em novos tempos!

 

 

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