Aqueles que sofrem desta síndrome “são muitas vezes pessoas inseguras” – explicam os especialistas da plataforma – que sentem um profundo sentimento de inferioridade em relação aos outros. Outros são constantemente interpretados como uma ameaça, como rivais imaginários que podem fazer melhor”. Em suma, um sentimento de competição contínua e sem trégua, que não deixa espaço para se trabalhar e tomar consciência do seu valor, dos seus pontos fortes. O compromisso está quase inteiramente centrado nos caminhos dos outros, para denegri-los e em muitos casos, quando possível, dificultar o seu progresso, considerado sempre bem-sucedido. Se for trazida de volta ao local de trabalho, esta figura normalmente ocupa posições importantes e vê os recém-chegados ou colegas particularmente brilhantes como uma ameaça constante ao seu trabalho.
As novas ideias são sempre encaradas com desconfiança e hipercriticadas, tal como aqueles que as propõem: o principal objetivo é manter um status quo perpétuo, capaz de incutir tranquilidade e cimentar a sua posição. Na verdade, quem sofre da síndrome de Procusto teme ultrapassar o limiar da sua zona de conforto e recusa-se a delegar, porque está obcecado em controlar cada passo e porque outra pessoa pode ser notada pelas suas competências e atrair elogios e reconhecimentos que o colocariam em destaque. Em crise. As manifestações desta síndrome podem ser rastreadas em todas as áreas da vida cotidiana, incluindo família e amigos. No caso da síndrome de Procusto, a competição não é nada saudável, mas visa afirmar a superioridade de um sobre o outro, que deve ser constantemente reduzida. Neste caso o objetivo é vencer, independente do modo de ação. E a prevenção é fundamental: é melhor rebaixar e denegrir os outros a priori, realçar todas as suas características negativas – sublinhando-as ou inventá-las se necessário – ou mesmo agir de forma a impedi-los de alcançar resultados, em vez de correr o risco de que essa pessoa pode ter sucesso.
Como se curar e sair dessa situação?
O primeiro passo para superar a síndrome de Procusto é reconhecer o problema – explicam os psicanalistas é que se admitir para si mesmo que se está agindo de forma imprudente e desrespeitosa para com os outros, antes de mais nada prejudicando a própria pessoa, é fundamental para enfrentar a situação com honestidade e desejo de resolvê-lo.” Em suma, devemos trabalhar para que o valor e o sucesso dos outros não diminuam nada dos nossos. Pelo contrário: uma pessoa com competências e virtudes só pode ser fonte de enriquecimento. Outros não são inimigos, mas sim um imenso recurso para colaborar. «Só cultivando sentimentos de confiança e abandonando a zona de conforto, admitindo os erros e as derrotas como partes integrantes da vida e não como motivos de vergonha, será possível ultrapassar este estado desagradável e autodestrutivo» concluem os especialistas.
Em última análise, você precisa praticar a positividade, tornando-se consciente de si mesmo, do que você vale, do que deseja e dos seus limites. Só assim será possível reconhecer espaço e valor nos outros, criando relações e vínculos duradouros e altamente enriquecedores. Finalmente, abandonando toda forma de inveja.
Rossana Köpf – psicanalista
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