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Apneia Obstrutiva do Sono, mortalidade e hospitalização por COVID-19

Um relatório que descreve 5.700 pacientes com doença coronavírus (COVID-19), identificou que os fatores de risco comuns para resultados ruins são idade avançada, etnia minoritária, obesidade, hipertensão e diabetes. No entanto, a mortalidade e as hospitalizações, estimadas pela Equipe de Resposta do CDC COVID-19, como ocorrendo em 1,8 a 3,4% e 20,7 a 31,4% dos indivíduos positivos para COVID-19, respectivamente, não são totalmente explicadas por fatores de risco reconhecidos. A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), prevalente em indivíduos mais velhos, obesos e minoritários – aumenta o risco de comorbidades na COVID-19, e pode contribuir para resultados ruins ao exacerbar ou causar disfunção endotelial, inflamação, estresse oxidativo, microaspiração e lesão pulmonar. Embora relatórios anteriores de fatores de risco para COVID-19 não tenham identificado a apneia do sono como um fator de risco prevalente, os dados eram de sistemas de saúde onde o reconhecimento clínico da apneia do sono era notavelmente sub-reconhecido.

Dada a associação da AOS com comorbidades reconhecidas na COVID-19, e pela plausibilidade fisiológica, foram analisados os prontuários eletrônicos de um grande sistema de saúde da Nova Inglaterra para perguntar se a apneia obstrutiva do sono era um fator de risco não reconhecido para morte relacionada a COVID-19, ou de hospitalização, de uso de respirador e de admissão na UTI, entre aqueles pacientes com teste diagnóstico positivo para COVID-19.

A amostra de 4.668 pacientes incluiu 55,6% do sexo feminino com idade mediana de 56,1 anos e índice de massa corporal (IMC) de 28,8 e foi composta por 48,3% de europeus americanos, 14,8% de afro-americanos, 14,0% hispânicos e latino-americanos e 22,9% de outras etnias.

A mortalidade foi de 7,4%. Os 443 participantes (9,5%) com apneia obstrutiva do sono tiveram um aumento na taxa de mortalidade por todas as causas (11,7%) em comparação com os controles sem AOS (6,9%). Uma associação significativa entre apneia do sono e morte de COVID-19 persistiu nas análises ajustadas para dados demográficos. As associações foram um pouco atenuadas após o ajuste para a classe de IMC, e os diagnósticos associados à apneia do sono. Associações semelhantes, mas mais fracas, foram observadas entre apneia do sono e o resultado composto de admissão na UTI, ventilação mecânica ou morte, ou para hospitalização.

Os resultados desta análise de mortalidade baseada no sistema de saúde dos EUA e marcadores de morbidade grave, identificam a apneia do sono como um fator de risco para maior mortalidade por COVID-19, destacando a necessidade de monitoramento próximo de pacientes com apneia do sono que são infectados.

Dada a necessidade urgente de se direcionar os mecanismos subjacentes à morbidade do COVID-19, a pesquisa é necessária para entender se a hipoxemia relacionada à apneia do sono, disfunção endotelial, coagulopatia, inflamação, disfunção cardíaca e outras patologias relacionadas, contribuem para a morbidade e mortalidade excessiva do COVID-19 observada em obesos, minorias e outros indivíduos em risco de apneia do sono.

 

 

Referente ao artigo Apneia Obstrutiva do Sono, mortalidade e hospitalização por COVID-19. Publicado em American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine .

 

Dylvardo Costa

 

 

Autor: 
Dr. Dylvardo Costa Lima
Pneumologista, CREMEC 3886 RQE 8927
E-mail: dylvardofilho@hotmail.com

 

 

 

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