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Sombras da Palavra

Nos textos que lemos fica sempre algo a refletir, que se enraíza no nosso existir, sendo sublime seiva da inteligência para nos servir. Sejamos cautelosos com palavras; soltas no vento, elas são hasteadas como velas acesas no tempo ensolarado, e são sopros na tempestade; ou originam esteio, salvação, tempero, estímulo, ânimo e solução. Todos os dias vemos palavras semeadas no espaço, que espinham a emoção e cutucam a razão. Escritos que fazem pensar, evaporados na capacidade de interpretação, vindos do âmago das relações, fugazes na fluidez dos pensamentos, ou introspectados no mármore e força do sentimento.

Ainda que sejam apenas como sombras na noite e ajam de maneira desprezível são factíveis de serem alívio, consolo, incentivo, interruptor do pensamento e centelhas de boas ações. Palavras mudam pessoas, que transformam o Mundo. Que usemos a imaginação e o semeio da escrita como valioso guia para nos conduzir. Algumas vezes, somos frágeis seres na reticência das dúvidas; noutros momentos, transmitimos a frase vivificadora. Ela mexe na alma, transforma, traz ação, ajuda, cicatriza tatuagens do sofrer, exorta a euforia, faz pensar ou mudar o necessário, acalma o coração. Das sombras mais escuras retiro a certeza de que a escrita é forte e farta, e jamais deveria furtar do escritor seu mais sublime valor: o bem servir.

Na alusão ou ilusão da vida, que as palavras escritas, faladas ou sentidas, no vento, momento, ou no tempo, sejam também um alicerce básico do bem-estar psíquico, um transformador de bom valor e um semeador de amor. Conseguir se ver nos férteis campos da imaginação é um vinculo da alegria com o prazer. Na mais plena escuridão da sombra mais enegrecida possível e influente, ou no abismo turvo das trevas do escondido e desconhecido inconsciente, se acende a luz mais brilhante e mais perfeita para se ver; e como adentrar ou escolher essa encruzilhada, prá lá chegar e bem escrever? Como filtrar da palavra o seu maior ensinamento? Diz-se que no cerne da tempestade da dor se auspiciona o mais puro analgésico do amor.

A palavra, num ou noutro dia, é mais enriquecedora; noutros instantes, sequer faz cócegas no entusiasmo do aprendiz. Palavra é fonte do saber, do acordar e do retirar pessoas da inércia da acomodação. Bem dita na hora certa, bendita, mexe na consciência e até mesmo no íntimo do inconsciente. Sombras da palavra é o espelho de textos que refletem a mente pensadora. São vocábulos para meditar, em trocadilhos de títulos, ou artigos para perambular no estacionamento da questão. A palavra faz encontrar a âncora da decisão e da boa ação, consola o coração, desperta a alma, modifica e traz renovação. Uma divina palavra afasta trevas, é salvação; luz esperada da sombra indesejada.

 

Autor:

Russen Moreira Conrado
Cirurgião plástico e psicoterapeuta

 

 

 

 

 

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