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A saúde mental de crianças e adolescentes durante o lockdown

Não é novidade que a existência do Lockdown em consequência do aumento de casos de COVID-19, afeta negativamente a saúde mental de crianças e adolescentes que sempre estiveram acostumados a irem para a escola e saírem com os colegas para passeios no shopping ou praia.

Em 2020, todos tiveram que se acostumar a um novo estilo de vida devido ao isolamento rígido e para as crianças também não foi nada fácil desapegar da rotina que conheciam. Agora, segundo a médica pediatra Dione Mota, manter o lockdown mais uma vez já está causando exaustão. “De uma maneira geral, o que eu percebo no meu dia a dia como pediatra é que as crianças estão cansadas da pandemia, assim como nós adultos também.” Comenta a especialista. “Inclusive, algumas dessas crianças apresentam até transtorno de comportamento, como insônia, uma ansiedade mais extrema. Porém, a minha maior preocupação nesse momento é com aquelas crianças que já tem alguma característica que com o confinamento possa se agravar.”, explica. “Como o transtorno de espectro autista e a imperatividade, pois essas crianças já tem uma certa dificuldade de ficarem em locais confinados.”

De acordo com a pediatra, as crianças que já apresentam algum transtorno precisam fazer mais atividades e frequentar a terapia, que com o lockdown podem até ser suspensas, causando ainda mais preocupação aos pais. “Com a suspensão das terapias ocupacionais, das psicoterapias, das consultas a fonoaudióloga e das atividades físicas, que é muito importe pra que essas crianças liberem energia, elas se tornam as mais prejudicadas.” Afirma. “Realmente, é preciso que os pais façam um esforço maior pra inovar sempre as atividades em casa e fazer com que as crianças se sintam melhores.”.

Segundo a Dra. Dione, é possível amenizar os impactos do lockdown na saúde mental das crianças incluindo algumas atividades simples na rotina. Essas atividades podem ser a pintura, brincadeiras que envolvam culinária ou qualquer outra atividade com a participação da família unida como atividades de canto e dança, alegrando a criança e a fazendo se sentir mais leve.

A especialista também faz uma alerta para os pais que sentem uma dificuldade maior quanto aos cuidados com a saúde mental dos filhos durante o isolamento. “A gente aconselha que esses pais procurem ajuda, hoje já existe a teleconsulta com terapeutas ou com pediatras de uma maneira geral.”, enfatiza a dra. Dione, garantindo que durante o lockdown os tratamentos dessas crianças devem ser realizados de maneira virtual.

Além disso, Dra. Dione Mota também comenta sobre o maior uso de eletrônicos como celulares e computadores por parte das crianças nesse momento. “Com as aulas online, é natural que crianças e adolescentes fiquem mais tempo com tablets e celulares, então é importante que os pais se atentem a isso e acompanhem um pouco mais de perto, conversando mais com os filhos sobre isso.”, aconselha a pediatra. “Pois isso pode gerar jovens e adultos com mais dificuldade de se relacionarem com outras pessoas. Eu já tenho percebido isso no meu consultório, onde as crianças não conversam muito e preferem falar por meio de uma tela, então é importante estar atento a isso, principalmente durante o lockdown, momento em que o ‘mundo online’ está muito presente na vida das crianças.”

 

 

Sobre a entrevistada:

Dra. Dione Mota é média pediatra formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com residência médica no Hospital Infantil Albert Sabin.

 

 

 

 

 

 

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