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A EPOPEIA DE GILGAMESH – primeira obra literária da História

A Epopeia de Gilgamesh, poema épico escrito em acádio, cerca de 18 séculos a. C, de um valor histórico e literário inestimável, é considerada a mais antiga obra da humanidade. O tema principal é a amizade entre dois homens, duas figuras masculinas potentes, Gilgamesh e seu duplo Enkidu.

Acredita-se que Gilgamesh teve existência histórica. Ele foi rei da primeira dinastia de Uruk, centro urbano importante no Sul da Mesopotâmia, próximo ao Golfo Pérsico, no período proto-dinástico, por volta de 2750 a 2600 a. C.

O nome de Gilgamesh aparece, grafado, em uma lista de reis sumérios, precedido de um sinal cuneiforme que significa divindade. Desde o princípio da realeza há a busca de legitimidade política através da relação com o divino. Na “Epopeia”, Gilgamesh, filho de um rei e de uma deusa, é apresentado como o maior dos reis, sendo 1/3 divino e 2/3 humano.

Além do tema da amizade o outro tema da “Epopeia” é o da morte. Gilgamesh enfrenta o drama da morte ao perder seu grande amigo, Enkidu.

A “Epopeia’ não tem título e segue a regra da literatura oriental, sobretudo a da Mesopotâmia, que é a inexistência de títulos. O título foi dado pelos estudiosos posteriormente.

Uma das versões da “Epopeia’ foi encontrada nas escavações da cidade de Nínive, antiga capital do Império Assírio, no período de Assurbanipal, 613 a. C. Foram encontrados 11 tabletes cuneiformes, com 2500 a 3000 versos. Esta versão é atribuída a Sin-léqi-unnínni (séc. XIII a.C.).

Na tradução do assiriólogo francês, Jean Botérro, os primeiros versos dos poemas dizem assim:

“Vou apresentar ao mundo aquele que tudo viu, conheceu a terra inteira, penetrou todas as coisas e tudo explorou. Tudo que estava escondido”.

O escriba da versão de Nínive não foi o autor do texto. Há evidências de que o poema é muito mais antigo. Foram encontradas fontes sumérias de 3000 a. C., fontes babilônicas, entre outras bem antigas, em vários sítios arqueológicos.

Na antiguidade a “Epopeia” conheceu traduções para outras línguas como: a língua hitita, falada pelos habitantes da Anatólia, hoje Turquia. Existem outras versões. Uma delas na língua falada pelos povos Urato, do nordeste da Mesopotâmia, outras encontradas em sítios arqueológicos na Palestina.

O texto mais completo é uma montagem de um enorme quebra cabeça. O trabalho de reconstituição foi feito por dois grandes assiriólogos: Samuel Noa Cramer, norte-americano, e Jean Bottéro, francês.

As fontes babilônicas deram a possibilidade de recuperar a maior parte dessa composição literária. Os tabletes que hoje estão conservados na universidade da Filadélfia são os mais completos. Três fragmentos são conservados no “Museu de Bagdá”, no Iraque. Há também pequenos fragmentos no “Instituto Oriental de Chicago”. O “Museu do Pérgamo”, em Berlim, e o ‘Museu Britânico”, em Londres possuem alguns. Os textos estrangeiros estão na Síria e na Palestina.

A tradução da obra é atribuída ao trabalho realizado por Henry Rawlinson e George Smith, que se dedicaram ao estudo e deciframento da antiga obra suméria. Esse trabalho de tradução somente foi possível graças à descoberta da Inscrição de Dario, que transcrevia caracteres cuneiformes para três idiomas: o persa, o babilônio e o elamita.

A versão mais completa, ditada pelo escriba Sin-léqi-unnínni, tem cerca de 2 mil linhas organizadas em 11 tabletes cuneiformes e conta a seguinte narrativa: Gilgamesh e Enkidu passam por diversas missões e descontentam os deuses; vão às “Montanhas do Cedro’ e derrotam o monstro Humbaba; matam o ‘Touro dos Céus”, que a deusa Istar havia mandado para punir Gilgamesh por não ceder às suas investidas amorosas.

A parte final do épico mostra a reação de Gilgamesh diante da morte de Enquidu. Gilgamesh busca a imortalidade e faz uma longa e perigosa jornada para descobrir o segredo da vida eterna. Para isso, ele consulta Utnapistim, o herói imortal do dilúvio.

 

Depois de ouvir Gilgamesh, o sábio diz:

“A vida que você procura nunca encontrará. Quando os deuses criaram o homem, reservaram-lhe a morte, porém mantiveram a vida para sua própria posse.”

 

 

Referências

BOTTERO, J. LfEpopee de Gilgamesh. Le grand homme qui ne voulaitpas mourir. Traduit de I’akkadien et presente par Jean Bottero. Paris: Gallimard.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Epopeia_de_Gilgam%C3%A9s#CITEREFChamplin1991

https://pt.wikipedia.org/wiki/Epopeia_de_Gilgam%C3%A9s

https://www.100milarvores.pt/2013/08/a-jornada-ao-bosque-da-epopeia-de-gilgamesh.html

https://castbox.fm/episode/7.-A-Epopeia-de-Gilgamesh-(Entrevista-com-Katia-Pozzer)-id2826611-id264827388?country=br

https://www.youtube.com/watch?v=ydRafBXEhuM

https://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2010/08/epopeia-de-gilgamesh.html?m=0

https://pt.wikipedia.org/wiki/Epopeia_de_Gilgam%C3%A9s#Hist%C3%B3ria

 

dra. ana

 

 

Autora: Dra. Ana Margarida Arruda Rosemberg, médica CRM 1782-CE, historiadora, imortal da Academia Cearense de Medicina e conselheira do Jornal do Médico.

 

 

 

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